Osmar Terra confirma mudança da Ancine do Rio para Brasília

Jair Bolsonaro defendeu a transferência da agência devido a suposto “ativismo” na produção de filmes

  • Por Jovem Pan
  • 18/07/2019 19h47 - Atualizado em 18/07/2019 20h04
Fátima Meira/Estadão Conteúdo Ministro da Cidadania perderá comando sobre Conselho Superior de Cinema, que irá para a Casa Civil

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, confirmou nesta quinta-feira (18) que a direção da Agência Nacional do Cinema (Ancine) será transferida para Brasília. O restante dos funcionários, segundo ele, ficará no Rio de Janeiro.

Mais cedo, durante evento de comemoração pelos 200 dias de governo, Jair Bolsonaro defendeu a transferência da agência devido ao suposto “ativismo” na produção de filmes brasileiros. O presidente citou como exemplo o filme “Bruna Surfistinha”, que narra a história de uma ex-garota de programa.

“Agora há pouco, o Osmar Terra e eu fomos para um canto e nos acertamos. Não posso admitir que, com dinheiro público, se façam filmes como o da Bruna Surfistinha. Não dá. Ele apresentou propostas sobre a Ancine, para trazer para Brasília. Não somos contra essa ou aquela opção, mas o ativismo não podemos permitir, em respeito às famílias, uma coisa que mudou com a chegada do governo”, disse o presidente.

Um filme sobre a ex-garota de programa já havia sido feito em 2011, com a atriz Deborah Secco no papel principal. Bolsonaro, no entanto, não disse se falava da obra ou sobre projetos de financiamento para uma nova cinebiografia de Surfistinha.

Na cerimônia, o presidente ainda anunciou outra importante mudança para o setor, transferindo o Conselho Superior de Cinema para a pasta da Casa Civil. Até então, o colegiado era de responsabilidade da Cidadania. A justificativa é de que a pasta tem maior capacidade de articulação e fomento de políticas públicas para a área.

Vestibular 

O presidente também comentou a suspensão de um vestibular da Universidade de Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) específico para pessoas transexuais, travestis, intersexuais e não-binárias. As inscrições começariam nesta segunda-feira (15) e iriam até o dia 24 de julho. Bolsonaro já havia anunciado o cancelamento da prova através de seu Twitter.

“Eu tive que estudar e ver o que são pessoas não-binárias. Não vou comentar aqui em respeito a vocês”, disse à plateia de militares e políticos que assistiam à cerimônia. “O que tem a ver uma pessoa fazer vestibular para matemática e ser transexual? Não tem espaço para héteros.”

Estadão Conteúdo

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