‘Pai de Henry está acabado porque achava que a mãe não tivesse participado do crime’, diz advogado

Em entrevista à Jovem Pan, Leonardo Barreto afirmou esperar que o casal responda por homicídio triplamente qualificado com pena de 22 anos de reclusão; entenda os próximos passos da investigação

  • Por Giullia Chechia Mazza
  • 08/04/2021 14h04 - Atualizado em 08/04/2021 14h16
Imagem: Reprodução/Instagram @lenielborel Polícia Civil investiga morte de Henry Borel Segundo o laudo do IML. morte de Henry foi causada por ação violenta

A morte do menino Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março, segue sendo investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira, 8, exatamente um mês depois do óbito, o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), padrasto do menino, e Monique Medeiros, mãe de Henry, foram presos por tentativas de atrapalhar a investigação e declarados oficialmente como investigados por homicídio duplamente qualificado. Durante uma entrevista coletiva realizada no início da tarde, o delegado Henrique Damasceno, da 16ª DP, afirmou que não há dúvidas de que trata-se de um assassinato cometido por Jairinho e que a mãe do menino “protegeu o assassino”. Em entrevista à Jovem Pan, a defesa do pai de Henry relatou que Leniel Borel foi surpreendido pela conclusão da polícia.

“O pai do Henry está muito mal porque ele esperava que Jairinho pudesse ser o assassino, mas nutria um sentimento de esperança de que sua ex-mulher não tivesse participado do caso. No entanto, a polícia descobriu que Monique sabia dos casos de agressão, por isso ele está acabado. Imagina o baque que ele sentiu, eles namoraram durante oito anos, e então ele descobre que Monique tinha conhecimento dos maus tratos e supostamente também participava da tortura do filho deles. O Leniel ainda diz que ela nunca apresentou comportamentos estranhos, tudo isso foi uma surpresa”, disse Leonardo Barreto. O advogado ainda afirmou que Leniel jamais percebeu indícios de maus tratos em Henry porque “Jairinho tem o perfil de um torturador profissional e sádico, usava artifícios para não deixar vestígios e marcas das agressões no menino”.

Com hemorragias e hematomas, a criança chegou sem vida a um hospital da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo a versão contada por Monique e Jairinho à polícia, no momento do ocorrido, o casal assistia televisão na sala, quando ouviu um barulho e foi até o quarto em que Henry dormia para verificar o que havia acontecido. Ao entrar no cômodo, Monique afirmou que encontrou o filho “desacordado, com os olhos revirando e sem respirar”. Ela também relatou acreditar que as lesões no corpo do garoto tenham sido causadas por uma queda, já que Henry teria acordado, ficado em pé na cama, se desequilibrado – ou tropeçado no encosto da poltrona, e caído no chão. Desde a prisão, a defesa do casal não se pronunciou.

“Existem muitas evidências do assassinato, desde a condição de Jairinho já responder na Justiça por outros crimes de tortura, até o laudo pericial que registra que não há possibilidade da morte ter sido causada por um acidente, mas sim por assassinato oriundo de espancamento. O desdobramento da prisão deles no dia de hoje está corretíssima, ela poderia ter acontecido desde a semana passada porque trata-se de uma prisão temporária para que os acusados não atrapalhem as investigações fazendo o uso de influências pessoais”, avaliou o advogado. A defesa do pai de Henry espera que a prisão temporária seja prorrogada durante as investigações, que as provas sejam encaminhadas ao Ministério Público (MP) e que o órgão efetue a denúncia. Para Leonardo Barreto, o casal deve responder pelo crime com  pena de 20 a 22 anos de reclusão após ser denunciado por homicídio triplamente qualificado.

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