Para Cássio Cunha Lima, governo pode estar “diante do início do fim”

  • Por Estadão Conteúdo
  • 07/07/2017 21h14
  • BlueSky
Plenário do Senado durante sessão não deliberativa. À mesa, senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado Edilson Rodrigues/Agência Senado "É o momento de o partido ouvir não os caciques, mas os deputados, que estão no enfrentamento cotidiano do problema e devem ser respeitados", disse Cunha Lima

Um dos aliados mais próximos do senador Aécio Neves (PSDB-MG), o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) repetiu nesta sexta-feira, 7, o discurso que cresce no partido: o de que chegou a hora de os tucanos desembarcarem do governo de Michel Temer. A posição de Cunha Lima isola cada vez mais o mineiro, que retomou o mandato nesta semana com um pronunciamento em defesa da manutenção do apoio ao presidente.

Presidente interino do Senado enquanto o titular, Eunício Oliveira (PMDB-CE), substitui Temer no Palácio do Planalto, Cunha Lima afirmou que será o PMDB, e não o PSDB, o responsável por um eventual fim precoce da atual gestão.

“Podemos estar diante do início do fim com a posição do deputado relator da denúncia na CCJ da Câmara (Sergio Zveiter), que é do PMDB. Porque o presidente Michel Temer não tem nenhum apoio popular, não tem apoio de setores organizados da sociedade, se sustenta basicamente com apoio parlamentar. Se no seu próprio partido esse apoio estremece, é claro que podemos ter um efeito dominó, que poderá levar a um colapso com o desfecho do acolhimento da proposta do procurador-geral”, afirmou Cunha Lima, em referência à votação sobre o acolhimento da denúncia contra Temer na Câmara.

Segundo ele, o PSDB não pode “virar as costas” para a sua base e deve ouvir os deputados, hoje maioria pelo desembarque. “É o momento de o partido ouvir não os caciques, mas os deputados, que estão no enfrentamento cotidiano do problema e devem ser respeitados”, disse Cunha Lima.

Questionado sobre a previsão que fez em reunião a investidores de que o governo acabaria em 15 dias, conforme publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, ele disse se tratar de uma conversa confidencial, mas não negou o teor. Segundo ele, porém, o prognóstico foi uma “força de expressão”. “É humanamente impossível ter um novo presidente da República em 15 dias”, disse.

Solução Maia

A jornalistas, Cunha Lima também fez coro ao presidente interino do partido, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), ao indicar apoio da legenda para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assuma a Presidência em caso de saída de Temer. “A solução é sempre a Constituição, não existe solução fora. E na circunstância atual, o vice-presidente é o presidente da Câmara”, disse Cunha Lima.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.