PF deflagra nova fase da Lava Jato, que investiga práticas criminosas na Petrobras

Cerca de 40 agentes cumprem 7 mandados de busca e apreensão no estado do Rio de Janeiro, sendo 5 na capital e 2 em Niterói

  • Por Jovem Pan
  • 20/10/2020 09h46
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Divulgação/PF Agentes da PF cumprem 7 mandados de busca e apreensão no estado do Rio de Janeiro

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 20, a 77ª fase da Operação Lava Jato, chamada de Sem Limites IV e tem por objetivo investigar práticas criminosas envolvendo a negociação de óleos combustíveis e derivados cometidas na antiga Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Cerca de 40 agentes cumprem 7 mandados de busca e apreensão no estado do Rio de Janeiro, sendo 5 na capital e 2 em Niterói. Os investigados vão responder pela prática de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Um dos investigados nesta operação encontra-se empregado e cumprindo funções dentro da empresa. As fraudes teriam acontecido entre os anos de 2005 e 2015 e os suspeitos teriam recebido R$ 12 milhões em forma de propina para favorecer empresas do mercado de trading de óleo diesel e querosene. As práticas teriam partido prioritariamente de escritórios internacionais da Petrobras, em Londres, na Inglaterra, em Houston, nos Estados Unidos e em Cingapura, na Ásia.

As investigações começaram na 57ª fase da Lava Jato, denominada de Sem Limites I, que cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes de organização responsável por cometer crimes na negociação entre a Petrobras e trading companies estrangeiras. Segundo a PF, um ex-funcionário da estatal diretamente envolvido no esquema e um ex-executivo de uma grande empresa estrangeira também investigada por cometer crimes celebraram acordos de colaboração premiada com o Ministério Público Federal. Baseados nos relatos e na análise de provas, a Polícia Federal identificou que ao menos seis agentes públicos tiveram participação direta no esquema que atuava na Petrobras. O grupo de ex-agentes que é alvo das ordens cumpridas nesta terça também é investigado por vender informações privilegiadas e favorecer empresas estrangeiras em negociações envolvendo produtos como óleo combustível, querosene de aviação, diesel, derivados de petróleo e gasóleo de vácuo. Eles recebiam vantagens indevidas calculadas na quantidade de produto negociado. Em respostas, a Petrobras se diz vítima de todas essas fraudes e afirma que tem colaborado com as instituições, com a Polícia Federal e com a Lava Jato, e que já conseguiu recuperar quase R$ 5 bilhões que teriam sido desviados nas gestões passadas.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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