PF indicia ex-presidente Lula por corrupção em contratos de sobrinho

  • Por Jovem Pan
  • 05/10/2016 12h34
BRA604. SAO PAULO (BRASIL), 02/10/2016.- El expresidente de Brasil Luis Inácio Lula da Silva sale luego de votar hoy, domingo 2 de octubre de 2016, durante la jornada de elecciones municipales en la escuela José Firmino Correia en Sao Paulo (Brasil). Los colegios electorales de Brasil abrieron hoy sus puertas a las 8.00 hora local (11.00 GMT) para los comicios en los que se elegirán los alcaldes y concejales de los 5.568 municipios del país para los próximos cuatro años. EFE/Ricardo Nogueira EFE/Ricardo Nogueira Luiz inácio Lula da Silva atrás das grades - EFE

A Polícia Federal indiciou nesta quarta-feira (05) o ex-presidente Lula por corrupção passiva. O empreiteiro Marcelo Odebrecht e o sobrinho de Lula, Taiguara Rodrigues, foram indiciados por corrupção e lavagem de dinheiro. 

Segundo a PF, Lula teria atuado para que a empreiteira contratasse a empresa de engenheria de Taiguara, Exergia. Ela trabalharia em um projeto de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola.

As evidências apontam que a propina foi de R$ 20 milhões.  A empresa de Taiguara teria firmado contratos fictícios de prestação de serviços para a Odebrecht. Segundo o site da revista Época, que deu a notícia do indiciamento em primeira mão, documento interno da empreiteira teria qualificado de “imprestáveis” entregas feitas pela Exergia. 

A Polícia Federal concluiu que os contratos só ocorreram devido à pressão de Lula sobre a Odebrecht. Documentos também comprovam a participação do petista no negócio.

Além de Lula, Taiguara e Marcelo Odebrecht, outros seis executivos da empreiteira foram indicados por corrupção e lavagem de dinheiro.

Provas

Entre as provas apreendidas pela PF estão arquivos do computador de Taiguara com relatos sobre a empresa e sobre Lula. Um deles narra uma passagem por Brasília, na qual ele se encontrou com seu tio, que deu “carta branca” para os negócios em Angola.

A PF recuperou ainda mensagens de WhatsApp enviadas pelo empresário. A maior parte delas era enviada a um segurança de Lula, chamado Valmir Morais. Este segurança acompanhava Lula após seu mandato na Presidência. Segundo a Polícia Federal, o segurança também era um “homem de recados” do ex-presidente.

Em outras mensagens, Taiguara falava com um parceiro sobre a Exergia. Diziam que um projeto com a Odebrecht era ficção. Este projeto teve, posteriormente, o contrato firmado.

Em outra mensagem datada de 2015, ambos reclamavam das dificuldades para se fechar o negócio, ao que Taiguara dizia que ia falar com seu tio para resolver com a empreiteira.

Taiguara e Odebrecht

No total, a Odebrecht firmou 16 contratos com a empresa de Taiguara. Para PF, a empresa foi criada para receber o dinheiro da empreiteira sem a devida prestação de serviços.

Investigação da Polícia federal apontou ainda que a Exergia não tinha outros clientes. Documentos mostram que ela era usada para cobrir gastos de familiares de Lula.

Sobrinho de Lula

Esta não é a primeira vez que Taiguara é alvo da PF. Em maio deste ano, ele foi alvo de condução coercitiva no âmbito da Operação Janus.

Taiguara é filho de um amigo de Lula, irmão da primeira mulher do ex-presidente. O empresário atuava no ramo de fechamento de varandas e foi a Angola em 2007, quando começou seus negócios no país.

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