PF pode investigar operação de FHC com Miriam Dutra, admite Cardozo

  • Por Agência Estado
  • 19/02/2016 12h47
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Marcelo Camargo/Agência Brasil Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que todos os aspectos que possam envolver uma situação de “eventual ocorrência de delito” no envio de dinheiro ao exterior, por parte do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, passarão por “estudo técnico e jurídico”. E acrescentou que a Polícia Federal fará investigação caso sejam observados delitos puníveis.

“Isto não vale apenas para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas para todos os brasileiros e brasileiras. Aquilo que for de competência da PF e tiver indícios de pratica criminosa, dentro de situações que são puníveis, tudo será absolutamente investigado. Então essa não é uma situação diferenciada, atípica, daquelas que ocorrem”, disse Cardoso, durante vistoria à operação de segurança do Mundial de Saltos Ornamentais, no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, um evento-teste para os Jogos Rio 2016.

Cardozo lembrou que costuma ser acusado de controlar e instrumentalizar a PF, mas declarou que os procedimentos para abertura de investigações é o mesmo. “Não importa para mim se são pessoas aliadas à base governista, de partidos que mantém boa relação com o governo, ou se são oposicionistas. Nós fazemos os mesmos procedimentos, sem a busca de factoides, sem a busca de exposição de imagem”, disse.

Na chegada ao evento, no Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca, o ministro passou pela revista feita por agentes da Força Nacional de Segurança, com detectores de metal. Em seguida, Cardozo visitou o Centro Integrado de Comando e Controle Setorial, coordenado pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (SESGE) – em parceria com outros órgãos federais, estaduais e municipais – instalado a 100 metros do local, no edifício HSBC – Arena.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a jornalista Mirian Dutra, com quem FHC manteve um caso extraconjugal nos anos 1980 e 1990, disse que a Brasif S.A Exportação e Importação ajudou o ex-presidente a enviar recursos ao exterior para ela e seu filho, Tomás Dutra. Segundo Mirian, as transferências foram feitas por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho. FHC nega que tenha usado a empresa para fazer repasses a Mirian.

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