‘Podem surgir mais dez, 15, 20 listas’, diz vice-líder do PSL
O deputado federal Júnior Bozzella afirmou que a indicação de Eduardo Bolsonaro para a liderança nesta segunda-feira (21) foi considerada uma “quebra de compromisso” pelo presidente da sigla Luciano Bivar e outros membros do partido
Com a nomeação de Eduardo Bolsonaro como líder do PSL na Câmara na manhã desta segunda-feira (21) e a entrega do cargo do deputado Delegado Waldir (GO), imaginou-se que a guerra de listas tinha chegado ao fim e o partido havia, de fato, encontrado um líder.
Nesta segunda, Waldir publicou um vídeo nas redes sociais afirmando que havia aberto mão do cargo e que estava “à disposição do novo líder”. Mas novas listas devem surgir nos próximos dias, de acordo com o deputado Júnior Bozzella (SP), acrescentando mais um capítulo na crise que a sigla enfrenta desde a semana passada.
Nas palavras de Bozzella, até que os ânimos sejam pacificados no PSL “podem surgir mais dez, 15, 20 listas”. A informação foi confirmada ao comentarista da Jovem Pan, Josias de Souza.
Ainda na semana passada, durante o auge do embate entre o PSL e os Bolsonaro, o Delegado Waldir (GO) foi gravado durante uma reunião onde afirmara que “implodiria o presidente”, chamando Jair Bolsonaro de “vagabundo”.
Segundo Bozzella, há uma outra lista pró-Waldir, que já conta com 28 assinaturas. O ministro-chefe da Secretaria de Governo do presidente Jair Bolsonaro, general Luiz Eduardo Ramos, ligou nesta segunda para Luciano Bivar (PE) propondo um acordo em prol da pacificação da sigla.
Pelo acordo, um líder de consenso deveria ser escolhido, portanto nem Eduardo Bolsonaro, nem Waldir estariam na disputa. No entanto, o Major Vitor Hugo (GO) protocolou uma nova lista para nomeação do filho de Bolsonaro como líder da bancada, que foi aprovada nesta segunda.
O gesto de Vitor Hugo foi encarado como uma “quebra de compromisso” por Bivar e outros membros da sigla, de acordo com Bozzella, que se articulam pela nova lista pró-Waldir. O documento que pedia Eduardo como líder foi apresentado e validado na manhã desta segunda junto à Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
A crise interna começou após Jair Bolsonaro articular a destituição de Waldir do cargo de líder do PSL para a nomeação de seu filho durante a semana passada. A manobra, no entanto, não deu certo mesmo com duas listas protocoladas na Câmara, uma com 26 assinaturas e outra com 24 nomes.
Em um movimento da ala bivarista do partido, uma terceira lista – com 29 nomes – pedia o retorno de Waldir à liderança e, na última quinta-feira, o deputado foi validado e reconduzido ao cargo de líder, que já não ocupa mais oficialmente.
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