Por dívida, casal decidiu roubar família no ABC, mas mortes teriam ‘saído do controle’
Cerca de três dias antes do crime, Ana Flávia Gonçalves e sua esposa, Carina Ramos, disseram ter planejado roubar R$ 85 mil da casa da família Gonçalves, mas que os assassinatos foram algo que “saiu do controle”.
A Jovem Pan obteve detalhes do novo depoimento dado por Ana Flávia e Carina na noite desta quarta-feira (5), no departamento de homicídios de São Bernardo do Campos, na grande São Paulo.
As duas são suspeitas de ter participado da morte da mãe de Ana Flávia, Flaviana, do pai, Romuyuki, e do irmão mais novo, Juan Victor, de 15 anos. Os corpos deles foram encontrados carbonizados no carro da família no último dia 28.
Segundo uma fonte ligada ao caso, a dupla afirmou ter ficado no andar de cima da casa durante todo o assalto, que teria acontecido na parte inferior da residência. Ainda de acordo com a apuração da reportagem, Carina Ramos teria dito aos três outros suspeitos que executaram o assalto que “não queria ouvir tapas e nenhum grito. Era roubar o dinheiro e ir embora”.
O roubo tinha como objetivo pagar uma dívida de Ana Flávia e Carina.
Juliano de Oliveira, primo de Carina, prestou depoimento à polícia e confessou envolvimento no crime. No entanto, segundo ele, a morte da família teve o aval da dupla. Ele está preso temporariamente desde segunda-feira.
Boa relação com os pais
Ainda de acordo com a fonte, as duas relataram terem uma relação boa com os pais de Ana Flávia. Segundo elas, esse não foi o motivo do assassinato.
Carina Ramos convivia com pais de Ana Flávia com frequência e tinha brigas “normais, como todo casal”. Ela, às vezes, chegava a trabalhar junto com Ana Flávia e Flaviana em um quiosque no shopping São Bernardo Plaza. Dias antes do crime, Romuyuki presenteou a filha com um celular e, no dia do assassinato, Ana Flávia passou parte do dia jogando vídeo-game com o irmão mais novo.
Carina diz ter sido ameaçada
Carina Ramos também afirmou no depoimento ter sido ameaçada por um dos suspeitos que mataram a família a dirigir o carro até a Estrada do Montanhão, onde o veículo foi incendiado. O homem, segundo a mulher, dizia que mataria ela, Ana Flávia e a avó de Ana Flávia.
Atualmente, segundo a fonte, as duas dividem a mesma cela na carceiragem do 7º Distrito Policial e estão “totalmente abaladas, principalmente Ana Flávia”. Ela afirmou que, hoje, consegue ver que “uma coisa dessas não poderia dar certo mesmo, mas não conseguia ver isso antes. Pra mim ia lá pegava o dinheiro e ia embora”.
A Polícia Civil investiga nove pessoas suspeitas de participar do caso. Estão presas Ana Flávia, Carina, Juliano de Oliveira, Michael Robert dos Santos e Guilherme Ramos.
Um sexto suspeito, que teria ido buscar os criminosos no lugar onde o carro foi incendiado e já foi identificado, está sendo procurado pela polícia.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.