Bolsonaro e ministro se contradizem, no mesmo dia, sobre privatização dos Correios

  • Por Jovem Pan
  • 06/08/2019 11h57 - Atualizado em 06/08/2019 12h14
Elza Fiúza/Agência Brasil Mais cedo, Bolsonaro voltou a falar que vai privatizar instituição

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ministro da Ciência e Tecnologia, Inovação e Comunicação, Marcos Pontes, se contradisseram nesta terça-feira (6) sobre a possibilidade de privatização dos Correios. Enquanto Pontes declarou que, ao menos por enquanto, a venda não está para acontecer, Bolsonaro voltou a afirmar que “vamos privatizar os Correios”.

Tanto Pontes quanto o presidente estavam em locais diferentes durante a fala. Enquanto Bolsonaro participava de um evento em São Paulo, Pontes estava, ao lado do presidente da instituição, general Floriano Peixoto, em uma audiência pública na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados.

Pontes e Peixoto negaram a possibilidade de venda.”Não existe nenhum procedimento de desestatização ou privatização para nos preocupar neste momento”, afirmou Pontes, acrescentando que a “determinação” é “trabalhar para que os Correios sejam sustentáveis, para que a empresa cresça. Não existe nada ainda que tenha a ver com desestatização”, reforçou.

Mesmo negando a privatização, Peixoto, no entanto, apresentou dados de estudos sobre “alternativas de desestatização” nos Correios. Segundo ele, uma opção seria qualificar estudos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para definir “cenários” sobre modelo de privatização que poderia ser adotado. Já a segunda alternativa seria incluir a empresa no Plano Nacional de Desestatização (PND), o que exigiria encaminhar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e projeto de lei ordinária ao Congresso.

“Independentemente do que for defendido, ficou claro que algumas medidas adicionais serão necessárias, como ações para preservar empregos dos funcionários, em caso de desestatização, e a definição de um marco regulatório ao setor”, continuou Peixoto.

Perspectiva de Bolsonaro

Depois de demitir, em junho, o general Juarez Aparecido da Paula e Cunha da presidência do órgão por “agir como sindicalista”, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) nomeou o general Floriano Peixoto, antes ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, ao cargo.

*Com Estadão Conteúdo

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