Promotoria denuncia homem que proferiu xingamentos racistas a entregador em Valinhos

Caso aconteceu em julho deste ano e vídeo da discussão entre os dois viralizou nas redes sociais; segundo o MP, morador do condomínio cuspiu no entregador e, com deboche, imitou um macaco

  • Por Jovem Pan
  • 01/12/2020 21h05
Reprodução/Twitter Em um momento do vídeo, denunciado chega a apontar para a própria pele e dizer ao entregador que ele 'teria inveja disso aqui'

A Promotoria de Justiça de Valinhos, interior de São Paulo, denunciou Matheus Abreu Almeida Prado Couto, que proferiu xingamentos racistas ao entregador Matheus Pires Barbosa. O caso, gravado em um vídeo que viralizou nas redes sociais, aconteceu em julho deste ano, dentro de um condomínio. Na ocasião, os dois discutiram porque Couto teria ficado insatisfeito com o serviço do aplicativo de entregas. Em um momento do vídeo, ele chega a apontar para a própria pele e dizer ao entregador que ele “teria inveja disso aqui”. Segundo a promotora do caso, Regina Mondin, Couto usou termos ofensivos ao falar com o profissional que havia levado sua encomenda, “com a intenção não só de desqualificar e humilhar o entregador, mas de afirmar sua superioridade e subjugar todos os integrantes da população negra”.

Ainda de acordo com a Promotoria, o denunciado agiu “com a mesma intenção discriminatória de raça e cor, em menosprezo à população negra, cuspiu no entregador e, com deboche, imitou um macaco/gorila, batendo em seu próprio peito e fazendo sinais e sons, comportando-se como o animal”. Na gravação, dá para ouvir uma discussão entre os dois, em que Couto chega a perguntar quanto Matheus ganha por mês, alegando que ele “tira” entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. “O senhor acha que tem moral só porque mora dentro de um condomínio? Eu tenho uma vida fora daqui”, rebate o entregador. Grosseiramente, o homem responde que ele “teria inveja ‘disso aqui e dessas famílias aqui’. Depois, aponta para a própria pele e diz: “Você tem inveja disso daqui. Você nunca vai ter nada disso”. Matheus, então, responde: “O senhor tem tudo isso daqui porque? Porque seu pai te deu? Ou porque você trabalhou?”. O Ministério Público de São Paulo pede, ainda, que Couto seja obrigado a pagar valor a ser determinado pelo Judiciário para reparação dos danos morais causados à vítima e à coletividade.

Assista ao vídeo:

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