Volta às aulas pós-pandemia: Confira protocolos para retomada

Para evitar a propagação do novo coronavírus, a Secretaria da Educação vai distribuir máscaras de tecido, face shields, termômetros a laser, totens de álcool em gel, sabonete líquido e copos descartáveis

  • Por Camila Corsini e Pedro Sciola
  • 07/10/2020 08h15 - Atualizado em 07/10/2020 08h41
MARCO AMBROSIO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO sala de aula vazia com equipamento de proteção nas carteiras para garantir o distanciamento dos alunos O governo estadual também determinou algumas normas específicas para cada faixa etária

Nesta quarta-feira, 7, as aulas poderão ser retomadas em alguns municípios do Estado de São Paulo. Em outros, como é o caso da capital paulista, estão autorizadas apenas as atividades extracurriculares e de acolhimentos aos alunos. O governo estadual apresentou, através do Plano São Paulo, os protocolos sanitários para o retorno dos estudantes ao ambiente escolar. De acordo com o documento, que prevê medidas específicas para cada faixa etária, alguns pontos são consenso obrigatório: o distanciamento social, o uso de máscara e o incentivo à lavagem das mãos.

Para garantir a segurança de professores e alunos da rede estadual, a Secretaria da Educação vai distribuir 12 milhões de máscaras de tecido, 300 face shields, 10.168 termômetros a laser, 10 mil totens de álcool em gel, 221 mil litros de sabonete líquido, 78 milhões de copos descartáveis, 112 mil litros de álcool em gel e 100 milhões de unidades de papel toalha. No que diz respeito ao distanciamento, eventos como feiras, palestras, seminários e campeonatos esportivos estão proibidos — assim como o respeito ao, pelo menos, 1,5 metro de distância em espaços comuns e filas. Apesar de não ser obrigatório, é recomendado que as atividades continuem sendo ministradas de forma híbrida e que existam marcações no piso indicando as distâncias recomendadas. Intervalos e recreios devem ser feitos com revezamento de turmas e em horários alternados, para evitar aglomerações. As atividades ao ar livre devem ser priorizadas.

As provas, avaliações e testes não estão proibidos, mas os cuidados com a higienização do espaço e equipamentos devem ser redobrados. Alunos e funcionários devem ter a temperatura medida a cada entrada na escola — de preferência com o termômetro infravermelho, sem contato. Caso ela esteja acima de 37,5º C, a pessoa deve ser orientada a voltar para casa e buscar atendimento médico. Se ela não puder sair da escola naquele momento, deve ser separada uma sala para isolamento. O Colégio Agostiniano São José, em São Paulo, já começou a preparar o ambiente para a volta dos alunos. As escolas particulares podem determinar suas próprias regras de dias e horários, desde que respeite os protocolos básicos. 

“Vamos começar as atividades extracurriculares com escalonamento de horário das crianças. Elas vão ficar, no máximo, duas horas dentro da escola e só vamos receber 20% da capacidade. Estamos trabalhando com oficinas culturais, diferente do que estamos trabalhando online no sistema híbrido”, explicou a coordenadora pedagógica Juliana Magalhães. As escolas do grupo SEAE, como o São José, adotaram também um protocolo paralelo, elaborado com a ajuda de médicos do Hospital Albert Einstein. Vamos explorar bastante os ambientes, uma vez que as crianças foram as mais prejudicadas ao perder o espaço social delas. Vamos explorar o que temos, quadra e pátios. O colégio tem uma boa infraestrutura para aproveitar os ambientes mais arejados”, completou. 

Medidas específicas para cada faixa etária

Para evitar a propagação do novo coronavírus no ambiente escolar, o governo estadual também determinou algumas normas específicas para cada faixa etária. As crianças do Ensino Infantil, por exemplo, não devem manipular alimentos em atividades pedagógicas. No protocolo, também ficou definido que os professores que atendem esses alunos precisam higienizar brinquedos, trocador (após cada troca de fralda), tapetes de estimulação e todos os objetos de uso comum antes do início das aulas. Quanto aos brinquedos que não podem ser limpados, eles não poderão ser utilizados.

“O protocolo atinge todos ensinos. É claro que no Infantil, por exemplo, os brinquedos vão ser sempre higienizados depois que determinado grupo os utilizou. Vamos separar as crianças em bolhas – então, se a criança do 2º ano B esteve em um ambiente, a do 2º ano C só irá para esse quando estiver tudo higienizado. Organizamos tudo para que as crianças de outras turmas não se encontrem. Tudo para evitar o contágio entre as crianças e para ter o mapeamento”, comentou a coordenadora pedagógica Juliana Magalhães, quando perguntada como as regras serão aplicadas na prática. 

Já para os professores e educadores que atenderem os alunos do Ensino Fundamental e Médio, o protocolo exige que eles higienizem bancadas, computadores, equipamentos e utensílios antes de cada aula, sobretudo de laboratórios e de outros espaços de realização de atividades práticas. O escalonamento e a divisão dos alunos, no entanto, são recomendados para todas as idades. “Por exemplo, Educação Infantil eu consigo atender todos os dias, mas com duas horas determinadas. O Fundamental 1 e Fundamental 2 estão escalonados, então ele chega a uma vez por semana. Cada dia um ano. Por exemplo: na segunda-feira, 2º ano, terça-feira, 3º ano, e assim vai, para atingirmos todas crianças na semana”, disse Juliana, coordenadora do Colégio São José.

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