PSB emite resolução em que reforça posição de independência ante o Governo

  • Por Agência Estado
  • 14/10/2015 17h13
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CELSO JUNIOR/AGÊNCIA ESTADO/AE Lula decreta luto oficial por morte de Ruth Cardoso; bandeira a meio-mastro em frente ao Palácio do Planalto

O PSB emitiu nesta quarta-feira, 14, uma resolução da executiva nacional em que reitera a posição de “independência crítica e propositiva” do partido em relação ao governo federal e em que crítica o avanço de uma agenda “conservadora” no País. A manutenção da posição da legenda era esperada.

A sigla, que foi aliada do PT no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, tem se aproximado de um papel de oposição, mas, pela história de militância de esquerda, não quer se confundir com forças políticas que considera “antipopulares”.

“Nesse ato de resistência ao conservadorismo que nos assola, o partido não deseja, igualmente, se irmanar àqueles que fazem oposição ao governo, para serem à frente mais radicais em medidas e iniciativa antipopulares”, diz a resolução. O documento fala, brevemente, das decisões liminares do Supremo Tribunal Federal (STF), que interromperam a estratégia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e da oposição na tramitação de pedidos de impedimento de Dilma.

A resolução diz apenas que as discussões em torno do impeachment se intensificaram desde a última reunião da executiva nacional, em 27 de agosto, e que as decisões do STF devem ser “obedecidas” O documento também menciona a rejeição das contas de 2014 da administração federal, o que, destaca, não ocorria desde 1937 – a agremiação não apoiou pedidos de impedimento até aqui, mas também não tem se posicionado, publicamente, contra aqueles que se mobilizam pelo afastamento da presidente.

Na resolução, o PSB faz críticas à gestão de Dilma, dizendo que está “entregue a forças conservadoras e antipopulares, com as quais negocia sua sobrevivência”, sem conseguir restaurar a governabilidade. “Observa-se a realização de uma reforma ministerial que pouco ou quase nada tem a ver com uma reengenharia do Estado, no sentido de aumentar sua produtividade e diminuir as despesas de custeio (…). Bem ao contrário, o governo reproduz em suas iniciativas os velhos arranjos da política brasileira, ao dar curso a um enorme toma lá, dá cá.”

“Os resultados, apesar da enorme ginástica em termos de articulação política, são pouco expressivos para fins de ampliação da governabilidade, particularmente porque se subordinam à lógica da concessão de postos e cargos, para os quais sempre há uma demanda muito maior do que a oferta, especialmente em tempos de restrições orçamentárias”, diz o documento assinado pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira. 

O documento critica ainda a condução da economia, argumentando que a saída da crise passaria, na visão da legenda, “pela valorização da produção, pela retomada do estímulo ao investimento e pela dignificação do trabalho”. “Não desejávamos, como não queremos ainda hoje, um modelo econômico baseado em aumento do consumo, do crédito e do endividamento, que, claramente, se esgotou e que lançou o governo Dilma aos baixíssimos índices de popularidade em que se encontra. O PSB almeja um desenvolvimento efetivamente sustentável”, resume o documento.

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