PSL decide não apoiar manifestações pró-governo; Bolsonaro também não participará
Em reunião de bancada realizada na tarde desta terça-feira (21), o PSL — partido do presidente da República Jair Bolsonaro — decidiu que não dará apoio institucional às manifestações de ruas pró-governo convocadas para o próximo domingo (26). Apesar disso, liberou seus filiados a participar. “É um movimento espontâneo, nascido das ruas e todos estão liberados a participar”, disse o presidente da sigla, Luciano Bivar.
Mais cedo, o próprio Bivar havia se manifestado contra os protestos. “Nós fomos eleitos democraticamente, institucionalmente, não há crise ética, não há crise moral, estão se resolvendo os problemas das reformas, então eu vejo sem sentido essa manifestação, mas toda manifestação é válida, é um soluço do povo para expressar o que ele está achando.”
A mudança de posicionamento ocorreu após ter sido convencido pela ala da bancada interessada em apoiar os atos, como a deputada Carla Zambelli (SP) e o líder do partido no Senado, Major Olímpio (SP).
Bolsonaro e ministros
Durante a tarde, o presidente Jair Bolsonaro afirmou a aliados que não vai comparecer às manifestações em apoio ao seu mandato.
Indagado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, se os ministros poderiam participar, o presidente teria respondido que seria melhor o governo não se envolver sob a justificativa de demonstrar “respeito pelo cargo e por suas responsabilidades”.
Líderes de governo na Câmara e no Congresso, os deputados Major Vitor Hugo (PSL-GO) e Joice Hasselmann (PSL-SP), respectivamente, não participaram da reunião de bancada. Também não compareceram o deputado Eduardo Bolsonaro ou seu irmão, senador Flávio Bolsonaro. Ambos são filiados à legenda.
Sobre os protestos
Há atos previstos em pelo menos 60 cidades, em todas as capitais e no Distrito Federal. Ainda que o objetivo central seja o apoio às pautas do Planalto como a Previdência, o pacote anticrime do ministro Sergio Moro e a Medida Provisória 870 (que reorganiza a estrutura do governo e está sob ameaça), alguns grupos defendem do enfrentamento ao Centrão à criação da CPI da Lava Toga, além do impeachment de ministros do Supremo como Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
Levantamento nas redes sociais dos 54 deputados do PSL identificou que pelo menos 19 fizeram convocações. Outros destacaram a importância das pautas do governo no Congresso, mas não falaram explicitamente sobre os atos.
*Com Estadão Conteúdo
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