‘Remonta a escravatura’, diz delegado que investiga chibatadas em supermercado
“É uma barbaridade que remonta os idos da escravatura, aos séculos 16 e 17. Foi essa imagem que me veio à tona. Talvez até por isso eu não tenha conseguido ver aquele garoto sendo barbaramente açoitado. É uma situação terrível”, disse o delegado, afirmando que não conseguiu assistir ao vídeo que mostrava o rapaz sendo torturado.
Segundo a investigação, os seguranças terceirizados Davi de Oliveira Fernandes e Valdir Bispo dos Santos seriam os responsáveis por despir, amarrar, açoitar e filmar o jovem em uma sala do supermercado. A Justiça decretou a prisão dos suspeitos na quarta-feira, 4, e ambos estão foragidos.
Mais trabalhadores também podem acabar indiciados por omissão, de acordo com o delegado. A Polícia Civil investiga, ainda, se houve outros casos semelhantes na rede. Com histórico de pequenos furtos, o jovem é viciado em crack e estava vivendo nas ruas da Vila Joaniza. Ele perdeu o pai no início deste ano. A mãe, que sofre de alcoolismo, tem paradeiro desconhecido, segundo relato de familiares.
Nesta quinta-feira, 5, o rapaz foi atendido por quatro conselheiros tutelares da região. No encontro, decidiu-se que a guarda deve ser transferida para um dos seus sete irmãos. Segundo o advogado Ariel de Castro, que acompanha o caso, o rapaz também deve ser encaminhado para acompanhamento do Centro de Referência da Assistência Social (Creas) e do Centro de Apoio Psicossocial (Caps).
Em nota publicada no site, a rede Ricoy diz que “repudia todos os casos de violência que ocorreram dentro e nos arredores de suas lojas por funcionários ou terceirizados”. Afirma, ainda, que os seguranças não trabalham mais no local.
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