Rodrigo Garcia afirma que não haverá aumento de tarifas do transporte em 2022: ‘Meu compromisso’
Governador de SP concedeu entrevista à Jovem Pan News em meio à greve dos motoristas de ônibus na capital paulista; ele ainda afirmou que redução do teto do ICMS da gasolina é ‘decisão permanente’
O governado de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou que não haverá aumento nas tarifas do transporte público no Estado neste ano de 2022. E disse que esse é um compromisso que ele assume com a população. “Nós não temos nenhuma previsão de aumento de tarifas este ano. Esse é o meu compromisso. Com o objetivo também de ajudar a retomada econômica. Se você olhar o que está acontecendo no mundo, todos os estados e países estão entendendo esse pós-covid e procurando fazer o seu esforço para que o setor produtivo cresça e gere renda e emprego”, afirmou Garcia. Nesta quarta-feira, 29, ocorre a segunda greve, em menos de um mês, de motoristas de ônibus por melhorias de condições de trabalho. A fala do governador foi feita durante entrevista exclusiva e ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, na qual falou ainda sobre segurança pública, retomada econômica, saúde, redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e crise dos combustíveis.
O governador de São Paulo ainda informou que está ajudando a prefeitura a lidar com o problema da greve. “Nós estamos procurando ajudar a prefeitura de São Paulo neste momento de decretação de greve, ampliando as operações do metrô, da CPTM, também da MTU, colocando toda a força do Estado para apoiar a cidade e a prefeitura. Eu acredito que, em um momento como este, nós não podemos sobreviver com greves pontuais em determinas categorias, que não compreendem o momento que o Brasil está vivendo, nós estamos vivendo um momento muito difícil. A retomada econômica precisa ser cada vez mais definitiva e existir na vida das pessoas. Em relação às tarifas, nós estamos há dois anos sem nenhum aumento de tarifa. É natural que quando não há aumento da tarifa, quem banca isso é o conjunto da sociedade, através do orçamento público”
Redução do ICMS e crise dos combustíveis
Na última segunda-feira, 27, Garcia anunciou a redução do ICMS que incide sobre a gasolina no Estado de São Paulo, de 25% para 18%, saindo na frente das demais unidades federativas do país. Ele anunciou que a medida tomada é permanente, não devendo ser revogada após resolução do problema da crise dos combustíveis. “É uma decisão que vale permanentemente daqui para frente. Se houver alguma mudança na legislação federal no próximo, em outros momentos, é natural que… o Brasil, a todo momento, você tem mudanças, e aí você se debruça sobre elas. Mas, hoje, é uma decisão definitiva que reduz em 7% o ICMS aqui no Estado”, afirmou.
Sobre a legislação federal que versa sobre a questão dos combustíveis, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), Garcia disse acreditar que os governadores ainda discutem pontos específicos, mas que a questão da gasolina já é ponto pacífico. “O que existe hoje é a discussão de alguns pontos da lei sancionada pelo presidente, em relação a algumas taxas da questão da conta de energia elétrica, em relação à modulação da questão da telecomunicação. Eu entendo que, em relação à questão da gasolina, nós temos um ponto pacífico. Por isso, tomei a decisão a decisão de fazer a redução do ICMS da gasolina aqui em São Paulo de 25% para 18%, com a expectativa que isso não mude mais. Então, já está valendo em todo o Estado de São Paulo. Nós estamos, agora, utilizando toda a nossa força tarefa do Procon para dar transparência nos preços dos combustíveis aqui de São Paulo. Afinal de contas, nós fizemos isso com o objetivo de reduzir no mínimo R$ 0,48 o litro da gasolina na bomba. Portanto é importante a gente ficar atento, ter transparência nesses preços. E, na minha opinião, é um caminho sem volta que nós adotamos aqui no Estado”.
Garcia ainda aproveitou o tema para alertar sobre a ineficiência da medida em reduzir o preço nas bombas caso a Petrobras continue a aumentar continuamente o preço dos combustíveis. “Existe também agora um esforço de que a Petrobras faça a sua parte. Não adianta nada o Estado de São Paulo fazer esse esforço, perder arrecadação para ajuda a população nesse momento de retomada econômica se a Petrobras continuar com a política de preços em repasses, não só do barril do petróleo, não só do preço do dólar, mas também dos seus lucros. Já ficou mais que provado que a Petrobras hoje tem lucros astronômicos, acima da média de qualquer outra petrolífera no mundo. É fundamental que ela entenda que, neste segundo semestre nós precisamos desse esforço para que o Brasil retome fortemente a sua economia”, disse.
E completou ainda sobre o atual trabalho do governo estadual na questão, fiscalizando e informando a população sobre os repasses dos postos de gasolinas e das distribuidoras. “A política de preços é livre. O posto de combustível cobra o preço que quiser. Portanto, nós dependemos agora da fiscalização. Não é justo que o governo faça esse esforço, reduza o ICMS e esse dinheiro fique como lucro de distribuidora ou de posto de combustível. A gente agora começa a divulgação desses preços diariamente em todo o Estado de São Paulo, em todos os canais de comunicação do Procon, da secretaria da Justiça, para que o consumidor fique atento”, pontuou Garcia.
Segurança pública
Questionado sobre a operação sufoco, que retirou os usuários de drogas e dependentes químicos, a chamada Cracolândia, da praça Princesa Isabel, no centro da capital paulista, consequentemente espalhando-os por diversos bairros centrais, Garcia disse se tratar de uma mensagem dele para a população. “Essa é uma mensagem do novo governador de que aqui bandido que cometer crime vai ser preso pela polícia. Nós anunciamos a operação sufoco no dia 4 de maio, até por conta do aumento do número de furtos e roubos nos meses de março e abril, que a população inclusive sentiu esse aumento e a sensação de insegurança aumentando. Essa operação colocou mais policiais e equipamentos nas ruas. E o balanço que a gente faz é que, nesses quase dois meses de operação, nós tivemos uma redução em relação ao índice de crescimento que nós estávamos observando”, disse. Segundo o governador, diversos novos equipamentos como veículos e armamentos novos estão sendo entregues às forças de segurança do Estado para aumentar sua capacidade de proteção da população. “A segurança é uma guerra permanente. São Paulo, pelos seus indicadores, é o Estado mais seguro do Brasil, mas quem vive aqui sabe que a gente pode melhorar muito“, pontuou.
Saúde
Em função da pandemia da Covid-19, o governador informou que mais de 540 mil pessoas aguardam para fazer cirurgias eletivas no Estado, algo que ele disse que ocorre em todo o país. Para resolver a situação, ele elaborou um mutirão cirúrgico. “Se nós formos utilizar o sistema de saúde normal, demoraria dois anos para essas cirurgias serem feitas. Por isso, nós criamos o mutirão. Além de aumentar a capacidade no limite dos hospitais estaduais e municipais, nós estamos comprando cirurgias eletivas na rede privada e também na rede filantrópica. Pagando, pela primeira vez, o dobro do que paga a tabela SUS, porque, se nós não tivéssemos alguma atratividade econômica, esses hospitais não fariam essas cirurgias para o Estado”, disse. Segundo o governador, as unidades de saúde privadas e filantrópicas estão sendo credenciadas para atuar
Ainda segundo Garcia, o mutirão já teve início na rede pública, e os hospitais com capacidade para realizar 25 mil cirurgias eletivas já estão realizando 35 mil. “Uma fila que ia demorar dois anos, dois anos e meio para ser eliminada, nós vamos eliminar ela em cinco meses. A minha expectativa é de que, até o mês de novembro, todos os que estão aguardando cirurgias eletivas no Estado de São Paulo, terão realizado suas cirurgias. Então fila zero a partir de novembro”, afirmou o governador.
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