Rússia contatou Butantã para produzir vacina em fase de testes, diz governo de SP
O presidente do instituto Butantã, Dimas Covas, disse que a parceria não é descartada pelo Butantã, que já está produzindo a Coronavac, imunizante chinês, em parceria com a Sinovac Biotech
O Instituto Butantã foi procurado por autoridades russas para negociar uma eventual parceria para produção de uma vacina contra o novo coronavírus, declarou o presidente do instituto, Dimas Covas, nesta quarta-feira, 29. As negociações continuam em andamento. Covas ainda disse que a parceria não é descartada pelo Butantã, que já está associado ao laboratório da China Sinovac Biotech para o desenvolvimento da fase 3 de um imunizante chinês, conhecido como CoronaVac.
Para isso, entretanto, o instituto aguarda um novo contato dos russos, com respostas para algumas informações solicitadas pelo instituto. A informação foi dada durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, para tratar da situação da pandemia no estado. “Fomos procurados por emissários do governo russo, porque essa vacina é feita em um instituto estatal russo”, disse Covas. “Eles queriam saber se nós poderíamos nos associar para a produção dessa vacina”, afirmou.
“No primeiro momento, nós dissemos ‘olha, até podemos avaliar’, porque é uma tecnologia diferente, uma tecnologia que nós não conhecemos. Precisamos ter mais dados técnicos para poder fazer essa avaliação e precisamos de dados mais concretos em relação aos estudos que já foram feitos, se já foram feitos estudos fase 1 e fase 2, enfim, conhecer melhor a vacina”, afirmou o presidente do Butantã. “Com certeza essas informações chegarão”, complementou Covas, ao dizer também que “é muito prematuro dizer se nós descartamos uma possível associação para produção dessa vacina lá na frente.”
Covas, entretanto, disse que o produto russo ainda não está na listagem da Organização Mundial de Saúde como uma vacina que já está na última fase do processo de desenvolvimento, como estão outros imunizantes – entre eles, o produzido pela Sinovac. O presidente do Butantã, entretanto, voltou a dizer nesta quarta que vê a vacina chinesa, que está sendo testada pelo instituto, como a com maior possibilidade de ter a produção iniciada primeiro, uma vez que ela usa uma tecnologia já conhecida. Covas afirmou ter expectativa de que a vacina possa começar a ser aplicada no começo do ano que vem. A eficácia da CoronaVac ainda está sendo verificada. São Paulo pretende ter capacidade para produzir 100 milhões de doses do produto por ano, por isso está arrecadando doações com a sociedade civil.
*Com Estadão Conteúdo
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.