Saiba com funciona a parceria entre a Marinha e o Ipen para formar operadores de reator de pesquisa
Qualificação é rigorosa e inclui exames teóricos, práticos e entrevistas técnica
A Marinha do Brasil e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) firmaram uma parceria para capacitar militares na operação e produção de radioisótopos no Reator IEA-R1. O objetivo é manter o reator em operação contínua, formando até 40 operadores de reator e quatro profissionais de radioproteção. Em setembro de 2023, dez operadores da Marinha foram licenciados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), seguidos por mais nove operadores da Marinha e cinco do Ipen em abril de 2024. Eles serão responsáveis pela operação do reator e treinamento de novas equipes. Segundo o professor doutor Alberto Fernando, do Ipen, o curso prepara os militares para o rigoroso Exame de Qualificação da CNEN, com aulas teóricas e práticas detalhadas. O treinamento inclui simulações de emergência e avaliações contínuas para garantir a segurança e eficiência na operação do reator.
O capitão de corveta Ramon Soares de Faria explicou que a qualificação é rigorosa e inclui exames teóricos, práticos e entrevistas técnicas. O conhecimento abrangente adquirido durante o curso é essencial para a segurança na operação, segundo o professor doutor José Roberto Barreta. A parceria, iniciada em 2019, visa atender à demanda por radioisótopos como Iodo-131 e Lutécio-177, essenciais para pesquisa e desenvolvimento de novos radiofármacos. A diretora-superintendente do Ipen, Dra. Isolda Costa, destacou que essa produção não suprirá toda a demanda nacional, mas será crucial em momentos de escassez.
O almirante de esquadra Alexandre Rabello de Faria, da Marinha, ressaltou que a experiência adquirida pelos militares no Ipen é válida para a operação do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE), cumprindo parte dos requisitos da CNEN. O primeiro-sargento Bruno de Oliveira Machado destacou o desafio e a importância de desmistificar a energia nuclear, mostrando seus benefícios para a sociedade. “O maior desafio foi entender como funciona o setor nuclear e crescer profissionalmente. Tivemos que sair da ‘zona de conforto’ e mergulhar na vasta área nuclear para nos especializar”, falou. O reator de pesquisa IEA-R1, do tipo “piscina”, é utilizado para produzir radioisótopos como Samário-153, Iodo-131 e Irídio-192, essenciais para a medicina nuclear.
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