Serasa informa à Justiça que incluiu Arena Corinthians em sua lista de devedores

Serasa cumpriu determinação da Justiça atendendo ao pedido da Caixa Econômica Federal que afirma aguardar o pagamento de R$ 536 milhões do time

  • Por Jovem Pan
  • 19/09/2019 18h18
Arena Corinthians

O Serasa informou que cumpriu a determinação da Justiça Federal e incluiu a Arena Itaquera S/A em seu cadastro de inadimplentes. A inclusão atende ao pedido da Caixa Econômica Federal que entrou com uma ação judicial contra o Corinthians por inadimplência contratual. O clube paulista é acusado pelo banco estatal de não pagar seis meses de parcelas do financiamento do estádio, que foi sede da Copa do Mundo, em 2014.

A Justiça autorizou em 27 de agosto que a arena em Itaquera tivesse o nome incluído na lista do Serasa. No processo, o banco informa que o Corinthians não paga as parcelas do financiamento da arena desde março e, por isso, cobra uma multa no valor de R$ 48,7 milhões.

O total da dívida é de R$ 536 milhões, o que inclui multa, juros e correções, além do valor do financiamento para a obra do estádio. Na ação, que está na 24.ª Vara Cível Federal de São Paulo, o banco alega que estão em aberto as parcelas de março, abril, maio, junho, julho e agosto deste ano.

A parcela de janeiro, paga, foi de R$ 6.442.357,31 e a de fevereiro, também quitada, foi de R$ 6.565.312,96, e as duas totalizam R$ 13.007.670,30. O valor em aberto dos meses subsequentes é de R$ 33.789.494,81.

A Caixa emprestou inicialmente R$ 400 milhões ao Corinthians para a construção do estádio. Desde o início do financiamento, em 2014, o clube pagou cerca de R$ 160 milhões, sendo R$ 80 milhões de fevereiro de 2018 até agora. Mas como corre juros mensais, a dívida atual, segundo o Corinthians está na casa dos R$ 470 milhões. De acordo com a Caixa, R$ 536 milhões por causa da multa por atraso de pagamento.

O Corinthians alega ter dinheiro para pagar as parcelas deste ano com a Caixa e espera chegar a um acordo ainda neste mês. O diretor financeiro do Corinthians, Mátias Romano Ávila, informou em entrevista que o dinheiro utilizado para pagar o financiamento vem das bilheterias e, caso não seja o suficiente para saldar a dívida em alguns dos meses, há a possibilidade de incluir os valores de shows – segundo ele, existe a previsão de acontecer 20 eventos, além dos jogos de futebol no estádio.

Em nota, o clube afirma, referente ao financiamento realizado com a Caixa Econômica Federal, que foi surpreendido pela ação judicial e que o fato demonstra a ação unilateral do banco estatal.

“O clube foi surpreendido por uma Notificação Extrajudicial que reconhece as tratativas [de negociação] e mais recentemente por uma ação judicial, ambas apresentadas concomitantemente no dia 22 de agosto, o que demonstra a ação unilateral adotada pelo banco incompatível com as práticas de mercado considerando que a CEF já recebeu cerca de R$ 158 milhões amortizados pelo clube, destes, R$ 80 milhões foram transferidos entre fevereiro de 2018 até agora, o que demonstra de forma inequívoca que tanto no plano financeiro como no administrativo, a agremiação tem se pautado por total transparência quanto à sua atuação operacional e subordinação a um processo de pagamentos compatível com a realidade financeira do país”, diz a nota.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.