Servidor de propina da Odebrecht passou por Angola

  • Por Estadão Conteúdo
  • 24/04/2017 08h00
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BRA51. SAO PAULO (BRASIL), 10/04/2017.- Fotografía de archivo del 22 de diciembre de 2016, de la sede de constructora Odebrecht en la ciudad de Sao Paulo (Brasil). El grupo Odebrecht, implicado en el escándalo de corrupción en Petrobras, causó daños por valor de 5.684 millones de reales (unos 1.810 millones de dólares) en 11 contratos inflados firmados con la estatal entre 2003 y 2014, según un informe de la Policía Federal obtenido hoy, lunes 10 de abril de 2017, por varios medios locales. EFE / SEBASTIÃO MOREIRA / ARCHIVO EFE / SEBASTIÃO MOREIRA Fachada da sede da Odebrecht em São Paulo - EFE

Antes de acomodar um servidor com dados das propinas pagas a agentes públicos em um edifício na Suíça, a Odebrecht escolheu Angola para esconder quase 2 milhões de páginas de documentos, e-mails e provas de transações bancárias.

De acordo com o responsável pelas operações ilícitas do Setor de Operações Estruturadas Hilberto Mascarenhas, em documento entregue à Operação Lava Jato, “a premissa era de estar em algum país em que não tínhamos operação”, afirmou.

Segundo ele, eram dois sistemas tecnológicos com acesso restrito desenvolvido para as transações bancárias. Um deles era o MyWebday B, para pagamento e controle de todas as propinas. O outro era o Drousys, um mecanismo de comunicação para troca de e-mails e de solicitações. De acordo com o documento, o MyWebday B foi especialmente adaptado para atender às necessidades do departamento da propina, em um trabalho que levou de três a seis meses.

“Em 2007, por questões de disponibilidade do link de conexão, já que o link com Angola apresentava muitos problemas de indisponibilidade de conexão, dessa forma tivermos de alterar o local”, contou.

O ex-executivo destacou que, na Suíça, o MyWebday B ficaria “completamente isolado de quaisquer dos servidores ou funcionários da companhia, assegurando uma maior confidencialidade às informações”. Já o Drousys não deixaria rastro de quem acessasse o sistema.

*As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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