Servidores do Ibama ameaçam suspender fiscalização em meio a negociações salariais
Decisão pode prejudicar operações de fiscalização na Amazônia e em terras indígenas, além de interromper vistorias, prevenção e combate a incêndios florestais, atendimento a emergências ambientais, entre outros
Mais de 1,7 mil servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) enviaram uma carta à presidência do órgão informando que irão suspender as atividades de fiscalização ambiental. A medida é uma resposta às negociações em andamento entre os servidores e o governo federal sobre reajuste salarial e reestruturação da carreira. Os servidores reclamam da falta de resposta do Ministério da Gestão e Inovação em relação à proposta de reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente. De acordo com o documento, a suspensão das atividades pode prejudicar as operações de fiscalização ambiental na Amazônia e em terras indígenas, como a Yanomami, além de vistorias de processos de licenciamento ambiental, prevenção e combate a incêndios florestais, atendimento a emergências ambientais, entre outras.
A carta também pede a retomada das negociações com a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional). Contudo, o Ibama informou que não houve paralisação nas atividades de fiscalização. Segundo o órgão, os servidores continuam atuando normalmente. O Ministério do Meio Ambiente instituiu uma mesa de negociação com órgãos ambientais e governo para facilitar o diálogo com os funcionários da área. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informou que está aberto ao diálogo com os servidores do Ibama e outros órgãos. A pasta destacou que houve reajuste linear de 9% para todos os servidores públicos federais do Poder Executivo, além do aumento de 43,6% no auxílio-alimentação. O debate sobre reajuste para o ano de 2024 já foi iniciado e sete acordos para reestruturação de carreiras foram fechados.
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