Servidores do Senado ligados ao MDB estão em ‘estágio probatório’, afirma Davi Alcolumbre

  • Por Jovem Pan
  • 22/02/2019 19h24
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Roque de Sá/Agência Senado Presidente do Senado foi eleito em votação interna no início deste mês

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta sexta-feira (22) que servidores apadrinhados por Eunício Oliveira (MDB-CE), José Sarney (MDB-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL), antecessores no cargo, estão em “estágio probatório” desde que ele assumiu a presidência da Casa, no dia 2 de fevereiro.

“Está todo mundo em estágio probatório. Estou conversando com vários consultores, técnicos do Senado, e ouvindo”, disse a jornalistas. Apesar do discurso de pacificação adotado, o parlamentar prepara uma “faxina” em cargos de diretoria e coordenadoria da Casa controlados pelo MDB. A lista de diretores, secretários e coordenadores tem 184 nomes.

A avaliação de Alcolumbre e pessoas próximas é de que, se quiser fazer renovação na Casa, como prometeu, precisará acabar com o que considera “maus hábitos” que estariam impregnados nos principais postos de comando. Na prática, o controle vai passar para as mãos do novo grupo que comandará o Senado Federal no biênio 2019-2020.

O primeiro demitido da gestão Alcolumbre foi o diretor da Polícia Legislativa, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, que ocupava o cargo há 14 anos. Ele chegou por indicação de Renan Calheiros e permanecia no cargo desde então.

“[A demissão de] Pedro foi por causa da investigação da urna. Não era a Polícia do Senado responsável? Para fazer coisa séria, para não dizer que estava protegendo alguém. Qual meu sentimento em relação a Pedro? Era chefe da polícia do MDB. Agora mudou, mudou”, explicou nesta sexta, ao falar sobre eleição fraudada para presidência.

O presidente do Senado também analisa a permanência do secretário-geral do Senado, Luiz Fernando Bandeira de Mello, que chegou a ser destituído por Alcolumbre no dia da eleição após manobra que favoreceu Renan, mas foi reconduzido ao posto. “Bandeira é um grande quadro do Senado. É muito bom. Mas tem outros bons também.”

“Os senadores que estavam comigo falavam: ‘Davi, agora a gente ganhou a eleição, nós vamos tirar eles de tudo’. Falei: ‘a gente estava reclamando tanto do Renan e a vai fazer igual?’. Não é possível, está errada essa conversa. Não acho que é certo. Os partidos estão aí, vamos botar a representatividade dos partidos, independente de votos.”

O senador contou que teve encontro acidental com Renan, ex-presidente da Casa, na liderança do MDB esta semana. Alcolumbre disse que o cumprimentou chamando-o de “presidente” e que ouviu “parabéns” do senador, derrotado por ele no início do mês.

“Da minha parte já passou a eleição. Nunca pensei que ia chegar aqui. Senadores confiaram em mim e cheguei. Senadores se conscientizaram com votos que a população deu na eleição do ano passado e ficaram firmes no propósito de mudança. A imagem do senador Renan não é imagem boa perante a opinião pública. O Renan não é mudança. Se a Simone Tebet (MDB-MS) fosse candidata a presidente, as minhas chances seriam remotas.”

*Com informações do Estadão Conteúdo

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