Sindicato dos Motoristas repudia fala de Ricardo Nunes sobre greve: ‘Age covardemente’
Em entrevista à Jovem Pan News, prefeito disse ter sido pego de surpresa pela paralisação e chamou o ato de irresponsabilidade
O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) emitiu uma nota repudiando a declaração do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB) sobre a greve de ônibus realizada nesta quarta-feira, 29. Em comunicado, o Sindicato disse lamentar a posição do prefeito, que foi considerada “leviana, covarde e infeliz” pelos líderes do grupo. O presidente em exercício da entidade, Valmir Santana da Paz, conhecido como Sorriso, criticou Nunes e afirmou que o prefeito “tem agido covardemente” e terceirizado o diálogo com a categoria. “Primeiramente, cabe dizer que o prefeito tem agido covardemente, pois sempre terceiriza a sua responsabilidade em dialogar com o sindicato e reconhecer a essencialidade dos trabalhadores em transportes que estão legitimamente reivindicando os seus direitos. Outros ataques partidos do prefeito são levianos”, disse o presidente. Sorriso também afirmou que o mandatário desprezou os profissionais que trabalharam durante a pandemia nos transportes. “Foram mais de 3 mil trabalhadores contaminados e centenas de mortos pela COVID-19. Hoje os trabalhadores que tanto se doaram pedem o mínimo de reconhecimento”, concluiu.
Em entrevista à Jovem Pan News, Nunes disse ter sido pego de surpresa pela paralisação, a qual classificou como “irresponsabilidade”. “A prefeitura peticionou junto ao Tribunal Regional do Trabalho para que fosse antecipado o julgamento [do impasse entre motoristas e as empresas de ônibus], e o desembargador acatou. Está marcado para hoje, às 15 horas a decisão final, o julgamento dessa questão do dissídio dos motoristas e cobradores do transporte coletivo da cidade de São Paulo. Já estava com essa situação sendo tramitada na Justiça do Trabalho e, por isso, que a gente ficou muito indignado e [fomos] pegos de surpresa do sindicato fazer essa greve hoje, sabendo que já estava para ser decidida essa questão. Infelizmente, mais um dia, a cidade de São Paulo, dois dias dentro do mesmo mês, sofrendo com tantos problemas por conta dessa greve”, afirmou o mandatário.
Por ser considerado um serviço essencial, a justiça determina que, em caso de greve e paralisações, 80% da greve deve funcionar em horário de pico e 60% no restante do dia. Sendo assim, a ação do sindicato dos motoristas é passível de multa e penalização. “Eles não cumpriram isso da outra vez e continuam não cumprindo agora. Essa multa é uma multa do TRT de R$ 50 mil por dia, que a prefeitura já pediu que a justiça cobre. O que a gente fez aqui, pela prefeitura de São Paulo, foi não remunerar as empresas do sistema estrutural, da outra vez, em R$ 20 milhões, que seria o custo dos ônibus não saírem, mas também R$ 1,4 milhão de multa por conta do não cumprimento da realização das viagens”, disse o prefeito.
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