Mortes em Petrópolis sobem para 120; ao menos 116 pessoas estão desaparecidas

Ao menos 24 pessoas foram resgatadas com vida; Defesa Civil emitiu aviso de previsão de fortes chuvas nesta quinta, 17, e pede que moradores de áreas de risco se desloquem para locais seguros

  • Por Jovem Pan
  • 16/02/2022 09h57 - Atualizado em 18/02/2022 07h34
CELSO BARBOSA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO CDG20220217029 - 17/02/2022 Agentes e voluntários trabalham para encontrar sobreviventes em Petrópolis Imagens mostram ruas alagadas, com carros cobertos pelas águas, lojas e supermercados danificados, casas destruídas e pontos de inundações

O número de mortos pelas fortes chuvas que atingiram a cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, chegou a 120 na madrugada desta sexta-feira, 18, segundo última atualização do Corpo de Bombeiros. Entre as vítimas, a maioria são mulheres e há ao menos 20 menores. Os óbitos confirmados até o momento já são superiores aos registrados pela administração do município no desastre de 2011, quando 74 morreram. O número de desaparecidos segue incerto, mas pelo menos 116 cadastros de pessoas desaparecidas já foram feitos na Polícia Civil. Inicialmente, a boletim da corporação indicava 134 registros, mas três pessoas foram encontradas com vida e outros 15 corpos localizados.

Segundo boletim da Defesa Civil Nacional, pelo menos 849 pessoas estão desabrigadas após os temporais. Elas foram encaminhadas para 33 pontos de apoio montados em escolas públicas. Cerca de 399 ocorrências foram registradas por autoridades do município, sendo 323 casos de deslizamentos de terra. Nas redes sociais, usuários compartilham vídeos e fotos de espaços afetados pelos temporais. As imagens mostram ruas e praças completamente alagadas, com carros cobertos pelas águas; lojas e supermercados danificados; deslizamentos de terra em regiões de encosta; casas destruídas e pontos de inundações. Usuários também usam as redes sociais para a divulgação dos desaparecidos e alertam para as regiões mais afetadas na cidade. A previsão é que a chuva continue nesta quarta-feira, 16, em cinco das sete regiões do município. As equipes dos Bombeiros seguem nas buscas por sobreviventes e moradores atuam em ações de apoio.

A Prefeitura de Petrópolis declarou estado de calamidade pública nesta terça. Em um hora, a cidade registrou 113 milímetros de precipitação, nível que chegou a 259 milímetros em seis horas, mais do que os 238mm esperados para o mês de fevereiro. O governador Cláudio Castro (PL) viajou para o município, onde atua em conjunto com o prefeito Rubens Bomtempo (PSB) para coordenar as ações. Em vídeo publicado no Twitter, ele afirmou que maquinários de autarquias do Estado, como as secretarias de Infraestrutura e Obras, das Cidades, do Ambiente e de Agricultura, além de equipamentos usados pela Cedae, serão direcionados para a região serrana. “Todo governo está mobilizado para atender as vítimas e ajudar o município”, afirmou o governador. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), disse ter disponibilizado “todos os recursos humanos e materiais da prefeitura do Rio” para Petrópolis. O Corpo de Bombeiros de São paulo e a Defesa Civil do Estado paulista também foram colocados à disposição pelo governador João Doria (PSDB) para atuação na região fluminense.

O governador do Rio, Cláudio Castro, disse que a cidade vive uma “situação quase que de guerra” e afirmou que o governo está agindo para acolher as vítimas. ” É uma situação quase que de guerra. Toda a nossa equipe está mobilizada: Corpo de Bombeiros, secretarias e demais órgãos do estado. Atuamos no resgate e salvamento de vítimas, desobstruindo estradas, atendendo pessoas que perderam seus bens, com medicamentos e remoções, entre outras ações”, afirmou. A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras está trabalhando com 20 caminhões, 20 retroescavadeiras, 10 escavadeiras hidráulicas, 5 caminhões vacoll e 10 carros pipas. Outros dois caminhões com medicamentos e insumos da Secretaria de Saúde chegaram ao local. Com os números atuais, essa já é a maior tragédia envolvendo chuvas desse verão, superando os episódios registrados na Bahia, onde morreram 27 pessoas, em Minas Gerais, que registrou 24 óbitos, e em São Paulo, onde houve 21 vítimas fatais.

 

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