Suspeito de matar policial da Rota gravou vídeo antes de se entregar
Na gravação, jovem alega inocência e pede para que o Governo pare com ‘matança’; Justiça mantém prisão temporária do investigado
O jovem suspeito de matar o soldado da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), Patrick Bastos Reis, gravou um vídeo antes de se entregar à polícia. Erickson David da Silva, de 28 anos, foi preso na noite deste domingo, 30. O jovem é apontado como o autor do disparou que matou o soldado na última quinta-feira, 27, no Guarujá, litoral paulista. Na ocasião, policiais da Rota faziam patrulhamento em uma comunidade no último dia 27 quando foram atacados por criminosos. Patrick foi atingido por um disparo de calibre 9mm. A bala atingiu o soldado na região do ombro e transfixou pelo peito. Outro soldado também foi atingido na mão, mas não corre risco de morrer. No vídeo, o suspeito pede para que o Governo de São Paulo para com a “matança” de supostos inocentes na cidade. Na gravação, o jovem se defendeu da acusação. “Quero falar para o Tarcísio e o Derrite: para de fazer a matança aí, matando uma pá de gente inocente, querendo pegar minha família, sendo que eu não tenho nada a ver. Estão me acusando aí. É o seguinte vou me entregar, não tenho nada a ver”, disse o suspeito. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), ele possui duas passagens por roubo à mão armada e uma por associação criminosa, cumpriu pena e foi colocado em liberdade em 2016. O suspeito passou por audiência de custódia nesta segunda-feira, 31, e teve a prisão temporária mantida.
A defesa de Erickson, representada pelo advogado Wilton Felix dos Santos, disse que o jovem nega que tenha sido o autor do disparo. “Ele alega inocência e que no momento dos estava comprando entorpecentes. Ele pretende provar sua inocência, por prova testemunhal e pericial, de que ele não efetuou o disparo”, disse. Um áudio que circula pelas redes sociais mostra o que seria a defesa do investigado orientando ele a gravar um vídeo antes de se entregar. Segundo Wilton Felix, o conteúdo não partiu da defesa. “Repudiamos veemente isso. Não partiu da defesa. Não compartilhamos essa ideia. Não temos interesse em pedi qualquer coisa que seja. Elevamos o maior respeito ao governador e ao secretário”, finalizou.
Na manhã desta segunda-feira, 31, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, concederam entrevista coletiva. O governador confirmou a morte de oito pessoas durante as operações da polícia na busca para prender os responsáveis pela morte do soldado. Três suspeitos foram presos por envolvimento no crime, entre eles, Erickson. O governador se defendeu e disse que não houve excesso por parte da polícia e classificou como “inadmissível” o ataque contra o soldado. “Abalou muito a nossa polícia e a nossa sociedade. É inadmissível que um soldado da polícia no serviço seja atacado. É inadmissível que o crime ataque um policial. […] Nós não vamos deixar passar impune a agressão ao policial. Não é possível que o bandido e o crime possam agredir um policial e sair livremente”, disse. Na sequência, Tarcísio afirmou que houve confronto. “A polícia quer evitar o confronto de toda forma. Mas temos uma polícia treinada e que segue à risca as regras de engajamento. A partir do momento em que a polícia é hostilizada, que há o confronto e que a autoridade policial não é respeitada, infelizmente, há o confronto. A gente não quer o confronto de jeito nenhum”, afirmou Tarcísio. “Cada ocorrência é investigada. Todas serão investigadas. Não podemos permitir que a população seja usada e não podemos sucumbir às narrativas. A gente está enfrentando o tráfico de drogas e o crime organizado. […] Não houve hostilidade, não houve excesso. Houve atuação profissional e que resultou em prisões. Nós vamos continuar com as operações”, continuou o governador.
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