O presidente em exercício Michel Temer disse que não processará o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que o acusou de ter pedido recursos oriundos de propina para o então candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, em 2012, porque não fala “para baixo”. Temer afirmou que Machado quer ganhar importância ao confrontar o presidente da República e disse que, com o prestígio que tem, não precisaria recorrer ao ex-executivo para obter ajuda de empresários.
“Você acha que eu ia me servir dele, tendo, com toda modéstia, o prestígio que tenho, no cenário nacional, para falar com empresário? Os empresários falavam e falam comigo permanentemente. Jamais pedi a ele”, disse o peemedebista, em entrevista ao jornalista Roberto D’Avila, transmitida, na passada terça-feira (21), pela GloboNews.
“Não vou processá-lo porque o que ele mais deseja é isso. Quando verifiquei a delação completa, ele não falou apenas de mim, falou dos partidos mais variados. Ele só respondeu ao meu pronunciamento. Ele quer polarizar com o presidente da República, não vou dar esse valor a ele, não falo para baixo.”
O chefe do Executivo nacional pondera esperar que nenhum outro ministro tenha de deixar a Esplanada, após as saídas de Romero Jucá, do Planejamento, e Henrique Eduardo Alves, do Turismo, envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato.
O político criticou a proposta da presidente afastada Dilma Rousseff de, se voltar para o Planalto, ser realizado um plebiscito para realização de novas eleições, “a leitura que se faz é que, se ela vai voltar para convocar eleições, é porque não quer governar”, analisa.
Temer afirmou que, se o Senado aprovar em definitivo o Impeachment, não disputará uma eventual reeleição, “Deus me colocou isso no colo para eu cumprir uma tarefa. Vou cumpr-la redimindo milhões de brasileiros, quase 12 milhões de desempregados. Se, ao final do período, houver 500 mil desempregados, terá sido uma tarefa fantástica”, completa.