Temer diz que “País não tinha coragem” de tratar certos temas antes dele
Durante cerimônia pelo lançamento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que passará a ser implementada no ano que vem, o presidente Michel Temer voltou a elogiar o próprio governo dizendo que o “diálogo” é sua marca. “Todos os setores foram ouvidos” para se aprovar o texto final da Base, garantiu.
Ele disse ainda que teve “ousadia” e “coragem” de tocar determinadas pautas. “É impressionante como o País não tinha ousadia, não tinha coragem de levar adiante certos temas, talvez por vício de natureza eleitoral”, afirmou Temer. Ele criticou o que chama de “tentativa de agradar a todos e não desagradar ninguém” que marcaria as gestões anteriores.
O presidente afirmou que a Base Nacional é um tema discutido “há 20 anos”. “Nesse um ano e meio de governo nós desenterramos tantas coisas que estavam enterradas”, declarou o presidente. “Os governos não tinham a ousadia”, alfinetou o ex-vice de Dilma.
Para Temer a BNCC “é um marco da Educação” e “promove a igualdade de todos os alunos, seja na iniciativa pública, seja na privada”.
“O nosso governo se preocupa com a juventude”, disse o peemedebista. “Esse é um momento de modernização. Fizemos tantas reformas com o objetivo de trazer o Brasil para o século XXI”, gabou-se ainda.
Temer falou que tem “satisfação” “em presidir a República Federativa do Brasil em momento de grande modernização”. O presidente espera que a base ajude a “acabar com o analfabetismo no Brasil”.
Assista ao evento completo:
Base Nacional Comum Curricular
#EducaçãoéBase| O presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Educação, Mendonça Filho, homologam, #aovivo, em cerimônia no Palácio do Planalto, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Acompanhe!
Publicado por Ministério da Educação – MEC em Quarta-feira, 20 de dezembro de 2017
Igualdade de tratamento
Já o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), afirmou que a nova Base não possui nenhuma “prisão à ideologia de gênero”. O ministro afirmou que o documento é “imperfeito”, mas buscou ser “a expressão da identidade de um Brasil amplo e vivo”.
“A base é plural, respeita as diferenças, respeita os direitos humanos, não há nenhuma prisão à ideologia de gênero ou coisa parecida”, afirmou o ministro. “Não ficamos presos ao debate estéril que muitas vezes é tomado por ideologias radicais.”
Durante a elaboração do documento, em diferentes versões até a final aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), foram retiradas do texto citações a orientação sexual e questões de gênero.
O ministro também confirmou a liberação no orçamento de 2018 de R$ 100 milhões para, em parcerias com Estados e municípios, iniciar a implantação das diretrizes da nova BNCC.
Ele disse que o documento de orientação curricular válido para escolas públicas e privadas de ensino infantil e fundamental garante igualdade de objetivos no tratamento de crianças de todas as regiões do País e coloca o Brasil entre as principais nações do mundo.
Mudanças
No último dia 15, o CNE aprovou a BNCC, documento que vai determinar objetivos de aprendizagem para todos os anos do ensino infantil e do fundamental. O prazo para as escolas públicas e privadas se adaptarem à norma vai até o início de 2020. Mas o Ministério da Educação (MEC) já vai avaliar em 2019 os alunos pelo que estabelece a Base.
Esse tipo de documento, adotado em vários países, é considerado importante para melhorar a qualidade do ensino porque estabelece, em detalhes, quais habilidades e competências o aluno precisa dominar até o fim da etapa.
Em 2018, Estados, municípios e escolas particulares terão de adaptar seus currículos ao que pede a Base nas diversas áreas do conhecimento, como Matemática, Português e Geografia. Essa reformulação deve levar pelo menos um ano. Depois disso, ainda é preciso fazer a formação dos professores.
Com informações de Estadão Conteúdo
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