Temer não tem condições de governar e deve renunciar, diz Humberto Costa

  • Por Estadão Conteúdo
  • 13/12/2016 13h11
Marcos Oliveira/Agência Senado Senador Humberto Costa (PT-PE)

Senadores de oposição pediram, oficialmente, a renúncia do presidente Michel Temer após o avanço da Operação Lava Jato e a divulgação da delação premiada da Odebrecht, que mostrou possível ligação do peemedebista com o recebimento de caixa 2 e propina em dinheiro vivo. 

“Pedimos a renúncia de Temer por falta de condições de governar. Não tratamos aqui de antecipação das eleições gerais, com as quais até concordamos. Mas, no momento, queremos focar nas eleições para o cargo de presidente”, afirmou o líder do PT, Humberto Costa (PE). 

A estratégia da oposição é de realização de eleições diretas para presidente. Caso Michel Temer seja afastado do cargo, ou renuncie, ainda em 2016, de acordo com a Constituição, a população teria de ir novamente às urnas para eleger um novo presidente. Entretanto, se ele for afastado a partir de 2017, a eleição se dará de forma indireta e o novo presidente será escolhido pelos deputados e senadores do Congresso Nacional.

A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) defendeu que o Congresso, em que metade dos parlamentares também estão envolvidos na Lava Jato, não teria legitimidade para realizar a eleição indireta do presidente da República. “Não podemos permitir que o Congresso eleja novo presidente”, afirmou. 

Fora isso, a oposição também entrou na Justiça para pedir, em caráter liminar, a suspensão da tramitação da PEC do teto, que será votada nesta terça-feira, 13, no plenário do Senado. Os senadores já iniciaram, na manhã desta terça, a discussão o projeto.

O senador José Pimentel (PT-CE) discursou contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria um teto para o crescimento dos gastos públicos federais e também pediu a saída de Temer. 

“Nesse momento estamos escolhendo que os pobres paguem pela crise econômica. E aqueles que votaram pelo impeachment de Dilma com a desculpa de acabar com a crise política agora vivem uma crise política mais grave. A única forma de deixarmos essa crise é com novas eleições”, disse.

Pimentel avaliou que não é congelando o salário mínimo por 20 anos que se resolverá a crise econômica. “É preciso tirar da PEC do Teto o dispositivo que limita inclusive o salário mínimo. Também é necessário que se retire o congelamento do orçamento para a Educação”, completou.

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