Tragédia da Muzema, no Rio de Janeiro, completa um mês neste domingo

O desabamento de dois prédios em 12 de abril deixou 24 mortos e centenas de desabrigados

  • Por Jovem Pan
  • 12/05/2019 12h29 - Atualizado em 12/05/2019 13h28
Agência Brasil Os dois prédios que ruíram em 12 de abril na comunidade da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foram construídos de forma irregular e ilegal

A tragédia na comunidade de Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, completa um mês neste domingo (12). O desabamento de dois prédios deixou 24 mortos e centenas de desabrigados. Duas pessoas que ficaram feridas seguem internadas, segundo a Secretaria Municipal de Saúde no Rio de Janeiro.

Três milicianos suspeitos da construção e venda dos apartamentos irregulares na Muzema estão foragidos. José Bezerra de Lira, conhecido como Zé do Rolo; Renato Siqueira Ribeiro; e Rafael Gomes da Costa são acusados de homicídio com dolo eventual, ou seja, quando se assume o risco de matar.

Os dois prédios que ruíram foram construídos de forma irregular e ilegal. Eles já tinham sido interditados duas vezes: uma no final do ano passado e a outra em fevereiro deste ano.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação informou que, até o momento, não recebeu nenhum encaminhamento de moradores da Muzema para receber o Auxílio Habitacional Temporário (AHT) que se enquadram na lei. A secretaria salientou que o AHT, ou aluguel social, é regido por lei e, para recebê-lo, o cidadão precisa atender aos pré-requisitos previstos.

Na última semana, a pasta desocupou três prédios na região de Muzema. Em 16 de abril, a Justiça acatou pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e proibiu a realização de obras e novas construções na região. Foi proibida também a venda de qualquer imóvel ou terreno no local.

O prefeito Marcelo Crivella (PRB) anunciou que serão demolidos, no total, dezesseis prédios localizados na região da Muzema. Crivella anunciou ainda a criação no local de um parque em área de preservação ambiental, em memória das 24 vítimas do desabamento.

Demolições

Até agora, a prefeitura do Rio de Janeiro demoliu o prédio de três andares vizinho dos que desabaram. A demolição foi manual, para evitar abalos estruturais nos edifícios do entorno. No dia 30, iniciou a demolição do segundo prédio no Condomínio Figueiras do Itanhangá, na Estrada de Jacarepaguá, 370.

A expectativa é que os serviços sejam concluídos no final deste mês de maio, envolvendo 60 trabalhadores de diversos órgãos municipais. Laudo da Defesa Civil realizado após o incidente apontou que as duas construções tinham risco iminente de colapso e deveriam ser demolidas imediatamente.

Desde o desabamento dos prédios na Muzema, a Guarda Municipal do Rio (GM-Rio) mantém equipes atuando diariamente na região, informou a prefeitura carioca. Na última sexta-feira (10), o efetivo empregado foi da 7ª Inspetoria, que atua nas ações de patrulhamento dos bairros da região. Os guardas municipais atuam em apoio às ações do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil, entre outros órgãos, focando no isolamento da área, apoio aos agentes e no suporte aos cidadãos.

Após a interdição dos dois prédios vizinhos ao desabamento, a Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil do município se mantém em estágio de plantão para atender as equipes da Secretaria de Conservação que realizam a demolição do último imóvel. A Defesa Civil municipal atende a chamados da população pelo número 199.

Nos últimos dois dias, o órgão realizou 51 vistorias estruturais em imóveis do conjunto em apoio à Coordenadoria de Operações Especiais (COE), da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação (SMIH). Nas duas inspeções não foram constatados riscos estruturais iminentes que apontem para interdições emergenciais, informou a assessoria de imprensa da prefeitura.

O balanço apresentado pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlubr) mostra que foram removidas, na região do Itanhangá, 3.300 toneladas de resíduos. Segundo a Comlurb, a rotina na Muzema e Tijuquinha voltou com a coleta domiciliar, varrição e remoção de resíduos diariamente. A operação conta com apoio de um caminhão compactador, quatro basculantes e uma pá carregadeira, além de equipe de até 15 garis.

*Com informações da Agência Brasil

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