Trindade: Renan assume lado e novo “centrão” pode surgir no Senado

  • Por Jovem Pan
  • 26/08/2016 13h04
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Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros, durante o primeiro dia da sessão de julgamento do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Renan Calheiros durante sessão do impeachment no Senado - ABR

A postura agressiva da senadora Gleisi Hoffmann (PT-RS) na sessão do impeachment provocou uma dura reação do presidente da Casa Renan Calheiros (PMDB-AL) nesta sexta (26), que pode apontar novas tendências na configuração política do Senado.

Gleisi disse que o Senado não teria “moral” para julgar a presidente afastada Dilma Rousseff. Isso irritou a todos os colegas parlamentares pois quebrou um código invisível de respeito mútuo, e tal postura vai isolar o PT na Casa legislativa, avalia o repórter Jovem Pan em Brasília José Maria Trindade.

As duras palavras na resposta de Renan, que classificou a fala de Gleisi como “cúmulo”, comparou as sessões a um “hospício” e falou em “burrice infinita”, podem indicar que o presidente do Senado mudou definitivamente de lado.

Antes apoiador de Dilma e desafeto do correligionário e presidente interino Michel Temer, Renan Calheiros deve agora abrir mão de sua postura de juiz e votar a favor da cassação da petista na próxima quarta-feira (31), quando está prevista a votação final do impeachment.

Novo “centrão”?

Outra mudança que se verifica nos bastidores de Brasília é que PDT e PP devem ter todos os senadores votando a favor do impeachment. Os aliados de Michel Temer estão certos quando dizem que serão mais de 62 votos pró-afastamento definitivo de Dilma, projeta José Maria Trindade.

“Isso diminui o peso do PSDB e DEM na base aliada de Temer”, diz o repórter. Pode ser a formação de um novo “centrão”, como se verifica na Câmara, o que tornaria o governo Temer “refém” do novo grupo parlamentar.

O repórter JP também tem a impressão de que esse foi o último embate entre os dois lados no julgamento do impeachment. Ele prevê que o presidente do STF Ricardo Lewandowski, que conduz as sessões, vai voltar mais rígido do almoço, usando o seu “poder de polícia”, como ele mesmo disse nesta sexta (26), cortando as falas dos senadores e agilizando o processo que pode destituir Dilma e garantir Temer na Presidência.

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