Turismo em parques nacionais deve crescer 11% neste ano

O morro Dois Irmãos visto do Parque Nacional da Tijuca, no RioFernando Fraz Ag ia Brasil O número de visitantes em parques nacionais deve aumentar 11,5% neste ano. A estimativa é do instituto Euromonitor International, organização voltada para análises…

  • Por Jonas Valente – Repórter da Agência Brasil
  • 04/11/2017 13h11
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Rio de Janeiro - O morro Dois Irmãos visto do Parque Nacional da Tijuca, durante mutirão de plantio de mudas de espécies nativas na nascente do Rio Carioca (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O morro Dois Irmãos visto do Parque Nacional da Tijuca, no RioFernando Fraz Ag ia Brasil

O número de visitantes em parques nacionais deve aumentar 11,5% neste ano. A estimativa é do instituto Euromonitor International, organização voltada para análises de mercado. A projeção é que, em 2018, 8,6 milhões de pessoas visitem as unidades de conservação.

Se for concretizada, a estimativa vai mostrar um movimento de ampliação da visibilidade desse destino entre os turistas. Segundo levantamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o número foi de 8 milhões de visitantes em 2015, sendo 7,3 milhões em 2014, 6,4 milhões em 2013 e 5,7 milhões em 2012.

Os parques nacionais mais visitados naquele ano foram o da Tujuca (2,9 milhões),

Alto Paraíso de Goiás (GO) - Vista dos Saltos do Rio Preto, a partir do Mirante da Janela, área que faz parte da proposta de ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Parque Nacional da Chapada dos VeadeirosMarcelo Camargo/Agência Brasil

(1,6 milhão), Jericoacoara (780 mil) e de Brasília (294 mil). Hoje há 72 parques nacionais, com 22% das 324 unidades de conservação distribuídas por todo o território e que totalizam cerca de 79 milhões de hectares.

Ainda de acordo com o levantamento do ICMBio, em 2015 a atividade turística nas unidades de conservação federais movimentou mais de R$ 1 bilhão nos municípios próximos e gerou cerca de 43 mil empregos. O valor agregado total, de acordo com o estudo, chegaria a R$1,5 bilhão.

Os turistas gastaram em consumo direto R$ 1,1 bilhão. Os setores mais beneficiados com as despesas foram o de hospedagem, com R$ 267 milhões, de alimentação, com R$ 241 milhões, e de combustível, com R$ 206 milhões.

Na avaliação do presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Vinicius Lummertz, a projeção indica alterações importantes no turismo doméstico. “Esse crescimento representa a mudança de um país que demonstra que pode ir muito além do turismo de sol e praia e que tem a natureza como sua maior riqueza. Trata-se de um posicionamento mundial muito importante, pois somos o país com maior potencial do mundo em atrativos naturais para o turismo”, afirmou.

Privatização

Lummertz defende que a ampliação do movimento passa pela concessão dos parques nacionais à iniciativa privada. Atualmente há quatro unidades nessa situação: Tijuca e Serra dos Órgãos (RJ), Foz do Iguaçu (PR) e Fernando de Noronha (PE). Três são administrados pela mesma empresa, o Grupo Cataratas.

Outras três unidades estão em processo de privatização: Parque Nacional de Brasília (DF), Parque Nacional do Pau Brasil (BA) e Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO). Este último foi recentemente atingido por um incêndio de grandes proporções.

Alto Paraíso de Goiás (GO) - Amanhecer no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Amanhecer no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Temos hoje uma gama enorme de parques que não tem nenhuma visitação. Quando ela acontece é bastante desordenada. São poucas as unidades preparadas para receber visitantes. E, por isso, as concessões são algo que vem para o bem dos parques, com um risco à preservação mínimo”, diz Cláudio Pádua, diretor da empresa Parktur, montada para disputar os processos de concessões de unidades de conservação.

Na avaliação de Silva Futada, pesquisador do Instituto Socioambiental (ISA), é possível pensar em formas de co-gestão desses espaços (como parcerias público-privadas ou concessões), mas garantindo a função primordial de conservação e educação.

“As concessões devem ser transparentes, manter diálogo com a sociedade por meio de conselhos gestores que acompanham a implementação da área. A região precisa ter planos de manjo aprovados. E os empreendedores locais precisam ser considerados por quem for administrar”, defende.

Regras

Atualmente não há uma legislação própria para a concessão de unidades de conservação administradas pelo governo federal. Os quatro casos citados acima foram repassados à iniciativa privada utilizando normas já existentes.

A definição de regras específicas para este tipo de processo está em debate no governo. A Agência Brasil entrou em contato com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e com o Ministério do Meio Ambiente, solicitando informações acerca da discussão e aguarda posicionamento.

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