Vamos recuperar grau de investimento que perdemos no passado, diz Temer no MT

  • Por Estadão Conteúdo
  • 11/08/2017 13h33
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BRA101. BRASILIA (BRASIL), 26/06/2017.- El presidente de Brasil, Michel Temer, participa hoy, lunes 26 de junio de 2017, en una Ceremonia de Sanción de la Ley que regula la Diferenciación de Precio, en el Palacio de Planalto, en la ciudad de Brasilia (Brasil). Temer, que entre hoy y mañana puede ser denunciado formalmente por supuesta corrupción, participó en un acto con empresarios, se mostró sereno y afirmó que "nada" lo "destruirá". EFE/Joédson Alves EFE/Joédson Alves O presidente disse que ao longo do seu governo tentou acabar com um "certo preconceito ideológico" que trata a iniciativa privada

Lucas do Rio Verde, 11/08/2017 – O presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira, 11, que está sendo ousado ao propor reformas para recolocar a economia nos trilhos, reconheceu que o poder público “não pode fazer tudo” e prometeu que “logo, logo” o Brasil vai recuperar o grau de investimento.

Temer participou, em Lucas do Rio Verde, da inauguração da usina de etanol de milho da FS Bioenergia, a primeira usina brasileira de etanol que utiliza milho em 100% de sua produção. Esta foi a primeira viagem de Temer ao Estado do Mato Grosso desde que foi efetivado na Presidência da República.

“Nestes 15 meses, nós apanhamos uma inflação no Brasil que estava acima de 10% e ontem ainda eu disse, quando eu falava no Rio de Janeiro, eu disse ‘Nós trouxemos a inflação para 3%’. E alguém levantou o braço e disse ‘Não, acabei de ver: hoje, é 2,71%’. Portanto, abaixo do centro da meta, que é 3%. Convenhamos, a taxa Selic estava 14,25%. Neste brevíssimo período, trouxemos para um dígito, 9,25%, a indicar que até o final do ano estaremos em torno de 7,5%, 7%. Portanto, um trabalho que vem sendo feito responsavelmente, paulatinamente”, disse Temer.

“Vou fazer um pouco propaganda do governo aqui, pode? Vejo que o Risco Brasil, que estava em mais de 470 pontos negativos, quando assumi o governo, hoje está em 195 pontos, portanto caiu sensivelmente. E logo, logo vamos reassumir o grau de investimento que nós perdemos no passado”, prosseguiu Temer. Na quinta-feira (10), a principal referência do Risco Brasil fechou a 197,43 pontos.

Em fevereiro de 2016, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota do Brasil em dois graus, o que fez com o que o País perdesse o selo de bom pagador das três principais agências do mundo – Fitch e Standard & Poor’s já haviam reduzido a nota brasileira em 2015.

Reformas

Ao falar das reformas que o Planalto pretende ver implantadas, o presidente disse que estava sendo mais que corajoso. “Estou sendo ousado, porque são matérias que ficaram durante anos e anos paralisadas e nós fomos dando solução”, observou Temer, destacando que o primeiro passo foi combater a recessão para caminhar rumo ao desenvolvimento.

“No Brasil, temos eliminar um cultura política que se instalou nos últimos tempos, incompatível com o espírito brasileiro, uma animosidade, uma litigância, uma litigiosidade entre os brasileiros que não se encontrava no passado. A nossa tarefa com o crescimento do País é fazer com que não haja brasileiro contra brasileiro, mas brasileiro com brasileiro, é isso que queremos – uma harmonia absoluta no nosso País”, afirmou.

O presidente disse que ao longo do seu governo tentou acabar com um “certo preconceito ideológico” que trata a iniciativa privada – e o empresário, em particular – como se fosse “alguém à margem da sociedade”.

“Ao contrário: tratamos o empresário como alguém que auxilia o governo. A história da administração pública brasileira revela isso. O poder público não pode fazer tudo”, ressaltou Temer.

Entre as medidas já adotadas pelo Planalto, Temer destacou a reforma do ensino médio, a emenda constitucional que limita o crescimento dos gastos públicos e um parecer vinculante que uniformizou os procedimentos de demarcação de terras indígenas no País.

O presidente afirmou também que, para ter uma vida digna, é preciso empregar a todos. “Os níveis de emprego estão crescendo, temos solucionado problemas. Não há coisa mais indigna do que o desemprego”, comentou.

Elogio

Durante a solenidade, o prefeito de Lucas do Rio Verde, Luiz Binotti (PSD), parabenizou Temer pela “coragem de estar fazendo as reformas” de que o Brasil necessita. “Quero que o senhor siga em frente. Sei que é um homem determinado e corajoso. Muitos tentaram fazer (as reformas), mas não conseguiram. O senhor vai passar para a história do Brasil como o presidente que fez aquilo que precisava fazer”, disse o prefeito. Parte do público aplaudiu, mas a maioria permaneceu em silêncio.

Antes mesmo da chegada de Temer ao município de Lucas do Rio Verde, um grupo de caminhoneiros protestava contra a visita do presidente na BR-163, na altura do km 686. O congestionamento tinha aproximadamente quatro quilômetros de extensão por volta das 10h30, pouco antes do início do evento, de acordo com a concessionária Rota do Oeste. A manifestação, no entanto, não atingiu diretamente o presidente, que se deslocou de helicóptero na região.

“Temer está inaugurando uma usina, mas não é bem-vindo na nossa cidade pelo fato de estar envolvido nesses atos de corrupção. Ele usou dinheiro da população para comprar o apoio dos deputados e se salvar na cadeira de presidente”, disse ao Broadcast Político o caminhoneiro Gilson Baitaca, um dos líderes do movimento de transportadores de grãos do Mato Grosso

De acordo com Baitaca, o protesto é contra o aumento de tributos e as denúncias de corrupção que atingem o presidente. O líder dos caminhoneiros lamentou o resultado da votação na Câmara dos Deputados, que barrou a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente por corrupção passiva. Baitaca também criticou o aumento da alíquota de PIS/Cofins sobre combustíveis.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência disse que não iria comentar.

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