Veja: Porteiro que citou Bolsonaro pode ter mentido ‘por medo de morrer’, dizem moradores

  • Por Jovem Pan
  • 08/11/2019 11h22
Reprodução/Facebook Depois da acusação, Bolsonaro se defendeu em uma live nas redes sociais

O porteiro que associou o nome do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao dia da morte da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL)questão desmentida, na semana passada, pelo Ministério Público – foi encontrado pela revista Veja. De identidade desconhecida até então, a reportagem descobriu que que ele se chama Alberto Jorge Ferreira Mateus e mora na Gardênia Azul, bairro localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Apesar de ter preferido não se pronunciar sobre o caso – “Eu não estou podendo falar nada. Não posso falar nada”, disse, ao repórter que tentou abordá-lo – a revista conseguiu algumas pistas do motivo do silêncio de Alberto. Familiares, moradores e frequentadores do bairro relataram que o porteiro nunca foi de falar muito mas que, desde o episódio, está ainda mais calado, vivendo como “um animal acuado” e “com medo de morrer”.

Isso porque, de acordo com alguns moradores da região – que fica próxima à favela da Cidade de Deus e é comandada por milícias -, Alberto pode ter mentido para proteger Ronnie Lessa – acusado de dar os tiros que mataram Marielle e possível chefe da milícia do bairro -, por medo. “Todo mundo sabe como funciona o esquema da milícia. Seu Alberto pode ter protegido o Ronnie por ameaça, medo”, opinou um deles.

O dono da voz

Veja encontrou, também, o dono da voz que atendeu o interfone para o ex-policial militar Élcio Queiroz – suspeito de conduzir o carro que atirou em Marielle, foi ele quem entrou no condomínio de Bolsonaro no dia da morte da vereadora e se dirigiu à casa de Lessa.

O porteiro Tiago Izaias ouviu o áudio da portaria, gravado naquele dia 14 de março de 2019, e confirmou. “A voz é minha”, disse, apesar de ressaltar que não se lembra quem trabalhava com ele no mesmo dia – o condomínio, Vivendas da Barra, mantém dois porteiros na entrada por vez. “Não lembro nem se estava dentro ou fora. A coisa toda aconteceu há tempos, e são muitas casas e visitantes o dia inteiro”, afirmou.

“Todos aqui no condomínio ficaram surpresos por ele ter ligado o presidente a um crime gravíssimo. Pode ser que estejam usando o Alberto para denegrir a imagem de Bolsonaro”, continuou Tiago.

 

 

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