Witzel chora durante depoimento em processo de impeachment: ‘Eu não deixei a magistratura para ser ladrão’

Mandatário foi ouvido pelo Tribunal Especial Misto, composto por deputados estaduais e desembargadores, que julgam se crimes de responsabilidade foram cometidos ou não

  • Por Jovem Pan
  • 07/04/2021 20h32 - Atualizado em 07/04/2021 21h10
MAGA JR/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO O governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel Mandatário se emocionou durante fala no Tribunal Especial Misto

O governador afastado do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) foi interrogado no processo de impeachment nesta quarta-feira, 7, e chorou durante a sessão. O mandatário foi ouvido pelo Tribunal Especial Misto, composto por deputados estaduais e desembargadores, que julgam se crimes de responsabilidade foram cometidos ou não durante a pandemia de Covid-19.  Em sua fala, Witzel disse que o que está acontecendo com a sua família é “cruel” e que o avanço do processo poderá abrir “precedentes”. “São 35 anos de vida pública, movida por um sentimento de ideal, de amor. Eu não deixei a magistratura para ser ladrão. O que estão fazendo com a minha família é muito cruel. É muito cruel o que estão fazendo com a minha esposa. Mas eu decidi deixar a magistratura por um ideal, para que eu pudesse ajudar o povo do Estado do Rio de Janeiro a ter uma mudança, a ter um futuro melhor. E eu prometi que a Saúde do Rio de Janeiro ia ser uma saúde exemplar. […] Se esse processo de impeachment for a frente da forma como ele está, abre-se um precedente para que ninguém governe”, afirmou o governador.

Em outros momentos, Witzel se defendeu, tentando deslegitimar o depoimento de Edmar Santos, ex-secretário de Saúde de seu governo, dizendo que teria cometido crimes de responsabilidade “se não tivesse tomado providências” sobre Santos. O ex-secretário, por sua vez, reiterou as acusações feitas em sua delação premiada contra Witzel. Por fim, o mandatário disse ser perseguido por conta de seus atos a frente do governo do Rio. “Deputada Dani Monteiro, vossa excelência sabe que eu sou perseguido por dois motivos. Primeiro porque eu dei autonomia à Polícia Civil para investigar o caso Marielle. Segundo, eu fui o primeiro governador a decretar as medidas de isolamento social e as providências mais enérgicas para conter a pandemia”.

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