Bolsonaro diz que Witzel contou a ele que seu nome estava no inquérito do caso Marielle

Segundo o presidente, em um evento no dia 9 de agosto, o governador disse a ele que ‘o porteiro tinha citado’ o seu nome

Por Jovem Pan
30/10/2019 17h15

Fernando Frazão/Agência Brasil

Registros feitos nas redes sociais mostram que ambos se encontraram no dia 9, porém em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou na manhã desta quarta-feira (30) em entrevista a jornalistas em Riad, na Arábia Saudita, que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), já o havia alertado que seu nome teria sido citado no processo que investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

Segundo Bolsonaro, em um evento no dia 9 de agosto, no Clube Naval do Rio de Janeiro, Witzel disse a ele que “o porteiro tinha citado” o seu nome.

“Deixar bem claro também: dia 9 de outubro, às 21h, eu estava no Clube Naval no Rio de Janeiro, quando chegou o governador Witzel […]. Chegou perto de mim e falou o seguinte: ‘O processo tá no Supremo’. Eu falei: ‘que processo?’ ‘O processo da Marielle.’ ‘Que que eu tenho a ver com a Marielle?’ ‘O porteiro citou teu nome.’ Ou seja, Witzel sabia do processo, que estava em segredo de Justiça. Comentou comigo”, declarou o presidente.

“No meu entendimento, o senhor Witzel estava conduzindo o processo com o delegado da Polícia Civil pra tentar me incriminar ou pelo menos manchar o meu nome com essa falsa acusação, que eu poderia estar envolvido na morte da senhora Marielle”, continuou Bolsonaro.

De acordo com registros feitos nas redes sociais, ambos se encontraram no dia 9, porém em Brasília, no aniversário do ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes.

Witzel nega

Witzel negou ter vazado qualquer informação das investigações sobre o assassinato e afirmou inclusive que nem mesmo teve acesso a documentos do caso, que corre em segredo de Justiça. “Eu jamais vazei qualquer tipo de documento. (Nem) Sequer tive acesso a documentos que constem dessa investigação. Se esse documento vazou, como foi apresentado ontem por uma emissora de televisão, que a Polícia Federal investigue”, defendeu o governador.

A Polícia Civil informou também que Witzel “não interfere na apuração dos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes, nem teve acesso aos documentos do procedimento investigativo, assim como em qualquer outra investigação”.