Brasileira do PSG teve de treinar horas depois de atentados: “pensei em sair”
A prefeitura de Paris orientou a população a ficar por 48 horas em casa após os atentados terroristas que aconteceram na noite da sexta-feira. No entanto, isso não valeu para a jogadora Érika Cristiano, do Paris Saint-Germain e da Seleção Brasileira, que contou à Rádio Jovem Pan como algumas pessoas tentam levar de forma “normal” a vida um dia após os ataques.
“Nós tivemos de ir para o treino hoje, pela manhã, pois não foi cancelado. Só que a gente não tinha estrutura psicológica para treinar, estávamos todas com muito medo, então a capitã da equipe acabou decidindo conversar com o técnico. Ele ficou um pouco chateado por a gente ir pra casa, mas faz parte, não tinha como a gente treinar”, disse Érika, que se surpreendeu com a calma do treinador da equipe parisiense.
“Eu nunca passei por isso. Para a gente que vem do Brasil é uma coisa totalmente diferente. O técnico falou para a gente ficar tranquilo porque é normal. Normal? Não é normal, no Brasil não existe esse tipo de coisa. Não estamos acostumados com isso. No Brasil é um assalto, uma chacina, mas isso (aqui) foi aterrorizante, eu não quero mais passar por isso. Teve uma jogadora que viu corpos na rua, ela chegou chorando, em estado de choque, não queria falar”, contou a zagueira.
Érika admitiu que pensou em deixar o PSG logo após os atentados. “Pensei em deixar o clube, até porque nossos familiares conversam com a gente, e no próprio momento eu passei as informações para eles. Minha mãe falou para eu ir embora, disse que não me queria aqui. Nessa hora você quer a família, e a família quer você. Com a Cristiane (atacante do PSG e da Seleção Brasileira) aconteceu a mesma coisa. Mas não tem como sair, está tudo fechado, e temos um contrato profissional a cumprir”, afirmou a brasileira.
Além do treinador do time, algumas jogadoras francesas também se mostraram calmas. “Metade do PSG é estrangeira, tem sueca, nigeriana, americanas, costarriquenhas. Eu e a Cristiane somos brasileiras. As francesas estavam tranquilas, e nós brasileiras falando ‘pelo amor de Deus, queremos ficar em casa’”, concluiu.
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