Canek Sanchéz, neto de Che Guevara, morre aos 40 anos
Cidade do México, 21 jan (EFE).- O escritor Canek Sánchez Guevara, neto do guerrilheiro Ernesto Che Guevara, não resistiu a uma cirurgia no coração e morreu, aos 40 anos, na Cidade do México.
A informação foi divulgada por parentes de Sanchéz nesta quarta-feira, apesar de o óbito ter ocorrido ontem, após ele ter se submetido à uma operação de emergência para substituir duas válvulas no coração.
Ele será velado na capital mexicana até às 18h locais de hoje (0h de quinta-feira em Brasília) e depois cremado.
“Morreu meu sobrinho Canek Sánchez Guevara, filho de Hildita, a maior de todas minhas primas e uma das melhores Guevara, sem dúvidas”, publicou em seu blog Martín Guevara, tio de Canek.
Nascido em Havana no ano de 1974, filho de Hilda Guevara Gaesa, morta em 1995, e do mexicano Alberto Sanchéz, Canek era conhecido por fazer oposição ao governo de Fidel Castro e seu irmão Raúl, que assumiu o governo cubano em 2006.
O escritor considerava que a revolução não foi democrática nem comunista, uma postura que expressou em entrevista à revista mexicana “Processo”.
O jornalista Homero Campa, coordenador internacional da “Processo”, entrevisou Canek duas vezes, ambas pela internet, porque o neto de Guevara quase nunca estava disponível para a imprensa.
“O conheci nos anos 90, quando era um rapaz de cabelo longo que tinha uma banda de rock em Cuba. Era desenhista e escritor, um tipo estranho que fugia dos holofotes e não usava a figura do avô para brilhar”, disse à Agência Efe Campa, que trabalhou por oito anos como correspondente em Havana.
Em suas poucas declarações à imprensa e em alguns de seus livros, Canek afirmava que ser neto de Che sempre foi algo difícil. Acostumado a ser autêntico, ele não gostava quando pessoas vinham lhe dizer como se comportar por ser herdeiro do guerrilheiro.
“Só sou um egoísta que aspira ser um homem livre, um egoísta que sabe que o egoísmo pertence a todos”, escreveu em 2006. EFE
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