Casa Branca confirma apoio de tropas iranianas às forças do Iraque em Tikrit
Washington, 4 mar (EFE).- A Casa Branca disse nesta quarta-feira ter conhecimento do apoio de tropas iranianas às forças armadas iraquianas em Tikrit, em sua ofensiva para recuperar esta cidade estratégica que se encontra sob o poder dos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, assegurou hoje em entrevista coletiva que “os Estados Unidos estavam cientes há algum tempo” sobre o planejamento desta operação. No entanto, deixou claro que em nenhum caso as tropas americanas que estão ali vão se coordenar com as de Teerã.
“Dissemos desde o princípio que os Estados Unidos não vão se coordenar militarmente com os iranianos. Mas o fato de alguns militares iranianos estarem envolvidos não muda a prioridade de que os iraquianos possam e devam criar esta operação de maneira inclusiva”, considerou.
Earnest lembrou os reiterados pedidos do governo do presidente Barack Obama no ano passado sobre a necessidade de criar um governo de união nacional no Iraque que incluísse diferentes etnias.
“É de vital importância para os Estados Unidos e para muitos de nossos parceiros da coalizão que o governo central do Iraque siga concentrado nesta prioridade. É fundamental para seu êxito, tanto no governo do país, como também para realizar operações militares contra o EI”, assegurou.
“Ficamos satisfeitos que não sejam só as forças de segurança iraquianas as que estejam envolvidas, e também que haja combatentes associados com tribos sunitas locais que participem deste esforço”, acrescentou.
Precisamente hoje, o vice-presidente americano, Joseph Biden, ligou para o primeiro-ministro iraquiano, Haidar al Abadi, para falar das operações militares em curso no Iraque.
Biden aplaudiu os esforços do primeiro-ministro para priorizar a proteção dos civis, assim como para assegurar-se que todos os grupos armados atuem sob o controle do Estado, entre elas a frente nacional em Tikrit, indicou a Casa Branca em comunicado.
Tikrit, berço do falecido ditador Saddam Hussein e principal alvo da ofensiva lançada nesta segunda-feira, está quase rodeada pelas forças leais ao governo iraquiano.
Esta ofensiva militar de grande envergadura, na qual, além de tropas regulares, participam milicianos ligados ao governo, saiu de cinco eixos, com o objetivo de expulsar o EI do norte da província de Saladino e recuperar Tikrit.
A situação geográfica de Saladino, entre Bagdá e Ninawa, cuja capital é Mossul, principal reduto dos extremistas no Iraque, lhe outorga uma grande importância estratégica na guerra entre o EI e as forças iraquianas.
Se conseguissem recuperá-la totalmente, as forças iraquianas exerceriam uma maior pressão ao sul de Mossul, segunda maior cidade do Iraque, que tentam libertar desde que foi ocupada pelos jihadistas em junho do ano passado.
No início do mês de janeiro, o exército governamental conseguiu recuperar totalmente o sul de Saladino, após uma grande ofensiva que começou no final de 2014. EFE
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