Centros de Controle da Copa romperam isolacionismo policial, defende ministro

  • Por Agencia EFE
  • 30/07/2014 21h01

Cleyton Vilarino.

São Paulo, 30 jul (EFE).- O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu nesta quarta-feira a manutenção dos centros de comando e controle da Copa do Mundo criados para realizar a segurança pública durante o torneio.

Presente ao 8º Fórum Brasileiro de Segurança Pública em São Paulo, Cardozo defendeu uma maior integração entre as polícias estaduais e federais no combate ao crime organizado e destacou o rompimento do que chamou de “paradigma de isolacionismo”.

“A falta de integracão na Copa do Mundo teve um chamamento imenso ao meu ver que pode construir um novo paradigma desse aspecto na segurança pública do Brasil”, avaliou o ministro ao anunciar que pretende que os centros continuem funcionando nas 12 cidades sedes.

Com mais de 500 câmeras só na cidade de São Paulo, os centros foram criados em conjunto pelos governos federal e estaduais e reuniu em um só lugar as polícias civil, militar e federal, além de Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), entre outros, para monitorar e gerir possíveis crises durante o mundial.

“Estes centros têm que continuar agindo para a segurança pública ordinária. Nós vamos usá-los para fazer operações nas divisas dos estados”, afirmou o ministro.

Cardozo também comentou os números de uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira que apontam que mais de 70% dos policiais militares do Brasil gostariam de ver a desmilitarização da corporação.

Para o ministro, o resultado da pesquisa foi positivo e aponta para a importância de se levar em consideração a realidade dos policiais na hora de estabelecer debates sobre segurança pública nos níveis legislativo, federal e estadual.

“Eu acho que é positivo o fato de todos quererem mudanças. Isso parte do pressuposto de que a dimensão institucional do sistema de segurança precisa ser repensada”, defendeu Cardozo, que se disse convencido da necessidade de uma maior integração entre as forças policiais.

“A segurança pública nao é política do governo federal ou dos governos estaduais, ela tem que ser uma política do Estado brasileiro, e para isso nós temos que atuar de maneira integrada” defendeu o ministro ao destacar a necessidade de superar “entraves políticos” e “disputas político partidarias” e corporativas.

Em relação à superlotação dos presídios brasileiros, com déficit estimado de 400 mil vagas, Cardozo criticou a “cultura do escarceramento” da sociedade brasileira, inclusive de alguns juízes.

“As pessoas confundem sanção penal com o cerceamento da liberdade, e isso também está na cabeça dos nossos operadores do direito, que acreditam que para punir é preciso prender as pessoas”, criticou o ministro ao defender penas alternativas para crimes de menor gravidade. EFE

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