Chanceler brasileiro afirma que eleições resolverão situação na Venezuela

  • Por Agencia EFE
  • 25/03/2015 00h11

Brasília, 24 mar (EFE).- O Brasil considera que a atual situação política na Venezuela só será resolvida pela via eleitoral e que estão dadas todas as condições para que os venezuelanos comparecem ao pleito legislativo no prazo previsto e dentro da lei, afirmou nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

O chanceler disse em uma audiência no Senado que todas as partes com as quais se reuniu na visita que fez no início deste mês a Caracas, como representante da Unasul, concordaram em apontar as eleições como o primeiro passo para superar a atual situação.

“O que posso dizer é que saí com uma impressão positiva das reuniões com a oposição e o governo, e escutei garantias que as eleições serão realizadas”, afirmou perante as insistentes perguntas dos senadores sobre as perseguições e violações denunciadas pelos opositores na Venezuela.

O ministro afirmou que tanto o governo do presidente Nicolás Maduro como a presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) venezuelana garantiram que as eleições legislativas serão realizadas no final deste ano, como prevê a lei.

Nas próximas eleições parlamentares se deve renovar a totalidade das cadeiras da Assembleia Nacional da Venezuela, cuja maioria atualmente é governista.

“E na reunião que tive com a oposição houve uma manifestação unânime que o problema na Venezuela só se resolve pela via eleitoral”, acrescentou Vieira.

Além disso, o chanceler disse que ninguém no governo venezuelano lhe manifestou que possam ser adiadas as eleições legislativas, como denuncia a oposição.

“Só posso considerar que as condições estão dadas para que as eleições se realizem dentro dos prazos e dos requisitos da lei”, completou.

Ao ser interrogado sobre o suposto caráter autoritário da “Lei Habilitante”, que permite a Maduro redigir e sancionar leis sem consulta prévia nem posterior do Congresso, Vieira afirmou que se trata de uma ferramenta antiga da Constituição venezuelana e que vários governos a usaram.

“Foi utilizado por vários presidentes. Carlos Andrés Pérez governou durante quase todo seu mandato com a lei habilitante”, afirmou, acrescentando que a missão da Unasul que visitou Venezuela no início de março, da qual fez parte junto aos chanceleres da Colômbia e Equador, não viajou a Caracas para julgar ninguém, mas para tentar promover um diálogo entre o governo e a oposição. EFE

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