Chefe do governo reconhecido líbio sai ileso de tentativa de assassinato
O primeiro-ministro do governo líbio internacionalmente reconhecido, Abdula al Zinni, saiu ileso nesta terça-feira de uma tentativa de assassinato na estrada que leva ao aeroporto de Tobruk, informaram fontes de Segurança à Agência Efe.
Três de membros dos serviços de segurança ficaram levemente feridos no atentado, que aconteceu quando o chefe do governo deixava o aeroporto ao não poder decolar em um voo para o Marrocos devido à greve da equipe terrestre.
“Homens armados dispararam contra o carro do primeiro-ministro e feriram um de seus guarda-costas”, confirmou depois à imprensa o porta-voz do governo, Hatem el-Ouraybi.
Horas antes o parlamento líbio internacionalmente reconhecido teve que interromper sua sessão em Tobruk devido a um protesto popular contra Al Zinni ter se tornado extremamente violento.
Os deputados suspenderam a sessão depois de uma rajada de disparos ser ouvida no exterior da base naval em que se reúnem e um dos carros estacionados junto ao muro ser incendiado.
“Os manifestantes exigiam responsabilidades do governo e a retirada da confiança a Zinni”, afirmaram.
O próprio primeiro-ministro decidiu deixar o local, momento em que os parlamentares retomaram a sessão.
Testemunhas indicaram à Efe que o carro incendiado pertencia ao próprio Zinni, que meses atrás transferiu sua residência e a sede do governo à cidade vizinha de Al Bayda, informação que não foi confirmada nem desmentida por outras fontes.
O governo de Tobruk, que luta pelo controle do poder com o executivo em Trípoli -considerado rebelde – é alvo de duras críticas nas regiões do leste do país sob seu controle por causa da crise econômica.
Com a produção petrolífera em seus mínimos, combates ao longo do país e um processo de diálogo estagnado, a população se queixa da alta taxa de desemprego, da galopante inflação e da crescente insegurança.
Uma conjuntura que, segundo os analistas, contribuiu para o crescimento dos grupos jihadistas, em particular o ramo líbio do Estado Islâmico (EI), que já controla a cidade de Darna, próxima a Tobruk, e se estende para o oeste, em particular na cidade litorânea de Sirte, onde já controla certos bairros.
Em dezembro o parlamento internacionalmente reconhecido foi obrigado a se mudar para a base naval, de onde trabalha por causa de um atentado suicida com um carro-bomba no exterior do hotel em que se reunia.
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