Chefe do Senado russo diz que na Ucrânia “ganhou o partido da guerra”

  • Por Agencia EFE
  • 08/07/2014 09h55
  • BlueSky

Moscou, 8 jul (EFE).- A presidente do Conselho da Federação (Senado) da Rússia, Valentina Matvienko afirmou nesta terça-feira que na Ucrânia venceu o “partido da guerra” e que os últimos eventos mostram que as autoridades de Kiev nunca pensaram em colocar fim às ações militares.

“Hoje já se pode tirar a conclusão que na Ucrânia ganhou o partido de guerra”, disse Matvienko em entrevista coletiva, e recalcou que a Rússia e a União Europeia realizaram grandes esforços para mostrar ao governo de Kiev que é impossível alcançar a paz e a concórdia mediante uma guerra.

A presidente do Senado russo lamentou que os governantes tenham decidido se mostrar como “meninos duros, capazes de resolver a qualquer preço uma crise política, ao preço de uma operação punitiva, da vida de habitantes pacíficos”.

Na opinião de Matvienko, as ações do governo ucraniano permitem deduzir que Kiev “não teve nunca a intenção de pôr fim às operações militares”.

Matvienko acrescentou que também não houve tentativas de entabular um “verdadeiro diálogo” com as regiões orientais ucranianas, cenário de uma sublevação pró-russa desde meados do mês passado de abril.

“Houve consultas decorativas, sem a participação das regiões orientais. E desse tipo de conversas não se pode esperar resultados”, disse Matvienko, em relação às duas reuniões do grupo de contato que foram realizadas então para prorrogar o cessar-fogo, que Kiev deu por terminado.

O governo da Ucrânia deixou hoje claro que não voltará a anunciar um cessar-fogo unilateral como fez em 20 de junho para tentar pôr fim à violência no leste da Ucrânia, imerso em combates entre os separatistas pró-russos e as tropas ucranianas.

“O presidente da Ucrânia o disse definitivamente (que não haverá novo anúncio do cessar-fogo)”, afirmou o ministro ucraniano de Defesa, Valeri Gueletei, em entrevista coletiva em Kiev.

Matvienko acrescentou que “a partir de agora qualquer negociação será possível só depois que os guerrilheiros deponham as armas”.

O governo da Ucrânia anunciou que tem o propósito de sitiar as cidades orientais de Donetsk e Lugansk a fim de obrigar às milícias separatistas a depor as armas.

Enquanto isso, a autoproclamada república popular de Donetsk descartou essa possibilidade e alegou que Kiev não é capaz “fisicamente” de realizar essa operação.

“É impossível que o Exército ucraniano cerque qualquer destas cidades. Nem todos seus recursos o Exército ucraniano é capaz de sitiar Donetsk”, disse ao jornal digital russo “Gazeta.ru” o primeiro-ministro da autoproclamada república popular de Donetsk, Aleksandr Borodai.

Quanto à possível abertura de um processo de negociação de um acordo de paz, Borodai foi categórico para afirmar que isso ocorrerá só quando as tropas ucranianas abandonem as regiões de Lugansk e Donetsk. EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.