Cientistas chineses elaboram algoritmo para prever chuvas 30 dias antes
Pequim, 12 ago (EFE).- Uma equipe de cientistas chineses elaborou um algoritmo para poder prever fortes chuvas com até 30 dias de antecedência, informou nesta quarta-feira o jornal “South China Morning Post”.
Este novo modelo de prognóstico meteorológico poderá detectar as chuvas “sem falso alarme ou omissão”, segundo um estudo publicado anteriormente na revista “Advances in Atmospheric Sciences”.
Até agora, a máxima antecedência para prever precipitações era de 10 dias, o que o estudo dirigido por Xia Zhiye, da Academia Chinesa de Ciências Sociais, garante superar.
Para isso, a equipe examinou cem casos de fortes chuvas ocorridas nas décadas passadas em vários lugares do mundo, entre eles China, Japão, Índia, Estados Unidos, México e Reino Unido.
Os cientistas adotaram um modelo focado na “informação pequena ou mais detalhada” sobre as mudanças meteorológicas, ao invés de uma estratégia mais ampla como é o habitual, já que consideram que assim é mais simples detectar os possíveis eventos.
Xia garantiu que cada sistema meteorológico local deve ser examinado de forma individual, já que cada um tem suas próprias peculiaridades, e deu como exemplo que a informação histórica recolhida por uma estação local é mais útil para prever o tempo da região que a obtida ao redor do planeta.
Em outras palavras, os cientistas combatem a teoria do “efeito borboleta”, expressão cunhada pelo meteorologista americano Edward Lorenz em 1961 para expressar a imprevisibilidade do tempo, assinalando que mesmo um acontecimento tão aparentemente imperceptível como o bater de asas de uma borboleta pode ter efeitos dramáticos.
Graças também à rápida modernização informática e à melhora na obtenção e comparação de dados, os cientistas chineses acreditam poder rebater a teoria de Lorenz, embora reconheçam que seu novo algoritmo “não é perfeito”.
A China tende a sofrer frequentes inundações devido a fortes chuvas em várias áreas do país, entre elas a capital, Pequim, que ainda deixam dezenas de mortos a cada ano e provocam a evacuação de milhares de pessoas. EFE
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