Ciganos alemães denunciam que discriminação persiste desde nazismo

  • Por Agencia EFE
  • 08/04/2015 10h55

Berlim, 8 abr (EFE).- A comunidade cigana da Alemanha denunciou nesta quarta-feira a persistente discriminação que sofre no país e pediu para o governo da chanceler Angela Merkel atuar com contundência contra todo tipo de xenofobia, 70 anos após a queda do III Reich.

A presidente da Federação Cigana da Alemanha, Nizaqete Bislimi, em um ato no monumento às vítimas ciganas do genocídio nazista, em Berlim, disse que os membros da comunidade ainda sofrem marginalização, “tanto no mundo do trabalho como em qualquer outro âmbito da vida diária”. Hoje é comemorado o Dia Internacional dos Ciganos.

Bislimi afirmou que na inauguração do memorial, em 2012, a chanceler Angela Merkel assumiu a “responsabilidade da Alemanha atual” diante dos ciganos, mas este tipo de “mensagens políticas” não são refletidas depois na vida cotidiana.

A representante dos ciganos lembrou que o genocídio perpetrado pelo nazismo contra a comunidade não foi reconhecido como tal pela Alemanha até 1982, pelo então chanceler Helmut Schmidt.

Bislimi ressaltou que a construção do memorial em homenagem ao meio milhão de vítimas ciganas durante o regime nazista demorou ainda mais algumas décadas para ficar pronto.

Mas apesar da homenagem no coração de Berlim, a representante da comunidade diz que a discriminação continua e a Alemanha continua em dívida com os ciganos.

Bislimi lamentou que, por exemplo, “centenas” de refugiados de Kosovo tenham sido expulsos do país sem levar em conta a perseguição que a etnia sofria em seu país de origem. EFE

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