Clérigo xiita radical iraquiano pede rapidez em formação de governo de união

  • Por Agencia EFE
  • 26/06/2014 09h31

Bagdá, 26 jun (EFE).- O clérigo radical xiita iraquiano Moqtada al-Sadr pediu rapidez na formação de um governo de união nacional com a participação de todos os setores do povo iraquiano e sem cotas sectárias, contra a opinião do primeiro-ministro interino, o também xiita Nouri al-Maliki.

“O governo (de Maliki) deve se comprometer a responder às reivindicações pacíficas e legítimas dos sunitas moderados que sofreram marginalização e exclusão”, disse Sadr em discurso ontem à noite.

Além disso, pediu aos sunitas e xiitas do Iraque que condenem juntos as organizações terroristas de ambos os lados e que acordem um pacto entre eles a respeito.

Nesse sentido, advertiu que incluir os grupos terroristas e a membros o ex-governante Partido Al-Baath em um diálogo é algo proibido e ilícito, porque “são repudiados por todos, mas que isso não significa que se queira excluir os sunitas”.

Sadr também disse que “os setores externos, especialmente a força de ocupação (americana) e países da região, devem deixar de intervir nos assuntos internos do Iraque”.

Além disso, pediu aos “países não ocupantes que ajudem o exército iraquiano a garantir a continuação da luta contra o terrorismo”.

Hoje, a presidência iraquiana convocou o parlamento a realizar sua primeira reunião na próxima terça-feira, com a qual deve começar o processo que leve à nomeação de um novo governo em meio à crise suscitada pela ofensiva jihadista no país.

Nessa sessão, está prevista a escolha do presidente do parlamento e pode ser nomeado também o novo chefe do Estado, que substituirá o curdo Jalal Talabani, informou a televisão oficial “Al Iraqiya”.

Maliki rejeitou ontem a formação de um executivo de salvação nacional no país para tentar dar uma saída ao atual conflito, como pediram vários partidos políticos nacionais e parte da comunidade internacional.

O Iraque está imerso em uma grave crise gerada pelo avanço de grupos insurgentes liderados pelos jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e o Levante (EIIL), que no último dia 10 ficaram com o controle de Mossul, a segunda cidade do país, e de lá avançaram por outras zonas do norte e pelo centro. EFE

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