Clima de negócios piorou no Brasil e América Latina em abril, segundo FGV

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2014 11h51
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Rio de Janeiro, 14 mai (EFE).- O clima de negócios no Brasil e na América Latina caiu em abril deste ano praticamente ao mesmo nível em que estava em outubro de 2013, após a ligeira recuperação registrada em janeiro, informou nesta quarta-feira um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O Índice de Clima Econômico (ICE) para a América Latina, que subiu de 88 pontos em outubro até 95 pontos em janeiro, caiu em abril para 90 pontos, abaixo da média dos últimos dez anos (104 pontos).

O indicador do Brasil caiu de 89 pontos em janeiro até 71 pontos em abril, pior nível desde janeiro de 1999 e o mais baixo para os países da região com exceção da Venezuela (20 pontos).

O fenômeno se deve a uma piora da conjuntura econômica em sete dos onze países analisados, segundo o estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas em associação com a Universidade de Munique, no qual são consultados trimestralmente 1.134 analistas de 121 países.

Segundo a Fundação Getulio Vargas, a piora para os negócios na América Latina foi provocada por uma redução dos dois indicadores que compõem o ICE: o Índice de Situação Atual (ISA), pelo qual as especialistas avaliam a conjuntura econômica, e o Índice de Expectativas (IE), no qual fazem uma projeção para os próximos seis meses.

“Os três indicadores estão na zona desfavorável (quando ficam abaixo dos 100 pontos) e seguem, assim como em janeiro, abaixo de suas médias históricas nos últimos dez anos”, segundo o centro de estudos econômicos.

Apesar do índice ter se reduzido na Colômbia e no Paraguai, ambos continuam na zona considerada como propícia. Chile, Equador e México, que estavam na zona favorável, caíram para a desfavorável.

O indicador também se reduziu na Argentina, que já estava na zona desfavorável, e melhorou na Bolívia, Peru e Uruguai, países que já estavam na zona propícia, enquanto a Venezuela se manteve nos 20 pontos, nível mínimo no qual está desde julho de 2013.

Os especialistas consultados consideram que a falta de competitividade internacional continua sendo o principal problema que impede o crescimento econômico da América Latina, assim como a falta de confiança nas políticas públicas (em seis países) e a inflação e a falta de mão de obra qualificada (em cinco países).

Os especialistas também atribuíram a piora do clima de negócios às baixas taxas de crescimento projetadas para os países da região para este ano, principalmente na Venezuela (-1,3%), Argentina (0,1%) e Brasil (1,7%).

A projeção para os países em melhor situação também é considerada baixa: Bolívia (6%) Peru (5,1%) Paraguai (4,9%) e Colômbia (4,4%).

“A desaceleração do crescimento na China e, principalmente, a adoção de um novo modelo menos dirigido ao investimento em infraestrutura e mais focado no estímulo ao consumo interno permitem prever problemas para grandes exportadores de matérias-primas como Brasil, Chile, Colômbia e Peru”, acrescentou a FGV.

A Bolívia, cujo indicador de clima para os negócios avançou de 124 pontos em janeiro até 140 pontos em abril, tornou-se como o país com melhor clima de negócios ao superar o Paraguai, cujo indicador caiu de 140 para 130 pontos.

A Colômbia se manteve no segundo lugar, apesar da queda de 138 até 137 pontos, e o Peru em terceiro, com uma alta de 132 para 134.

Em seguida ficaram Paraguai (130 pontos), Uruguai (109), Equador (100), México (98), Chile (95), Argentina (75), Brasil (71) e Venezuela (20). EFE

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