Colômbia e Venezuela não chegam a acordo sobre reabertura da fronteira

  • Por Agencia EFE
  • 27/08/2015 03h17
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Cartagena (Colômbia), 26 ago (EFE).- Os governos da Colômbia e da Venezuela acertaram nesta quarta-feira ações conjuntas contra o contrabando e outros crimes na fronteira comum, mas não chegaram a um acordo para reabrir a principal passagem entre os dois países, fechada há uma semana por ordem do presidente Nicolás Maduro.

A ministra das Relações Exteriores da Colômbia, María Ángela Holguín, disse ao término da reunião com a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, que seu país está “convicto de que o fechamento da fronteira não é o caminho para combater esse flagelo”.

“Fizemos um pedido ao governo da Venezuela para que possamos restabelecer essa passagem importante na fronteira e seguiremos trabalhando profundamente para que seja uma fronteira nova, produtiva, onde os moradores aproveitem e não tenham medo”, disse a chefe da diplomacia colombiana à imprensa.

A Venezuela fechou na última quinta-feira a passagem fronteiriça entre San Antonio, no estado de Táchira, e a cidade colombiana de Cúcuta, onde está o maior movimento de pessoas e de comércio entre os dois países. Dois dias depois, declarou estado de exceção em uma ampla região devido a um ataque de supostos contrabandistas que deixou três militares venezuelanos e um civil feridos.

“Há muito movimento legal na fronteira. Muita gente que vive de um lado e estuda no outro, que vive no outro e precisa trabalhar. Por isso, é preciso reabrir a passagem”, disse Holguín.

Para responder os argumentos venezuelanos de insegurança na fronteira, também alegada pela presença de paramilitares, a chanceler colombiana manifestou o compromisso das Forças Armadas de trabalharem com as autoridades do país vizinho para poder “dentro de muito pouco tempo demostrar que juntos podem ter uma fronteira digna e em paz”.

Colômbia e Venezuela compartilham uma extensa fronteira de 2.219 quilômetros, em muitos lugares dominada por máfias dedicadas ao contrabando de combustíveis, alimentos e outros bens de consumo.

Para combater o crime organizado, se propôs uma reunião em breve dos ministros da Defesa e dos chefes das Forças Armadas dos dois países, completou Holguín.

“A Colômbia decidiu que fortalecerá a estratégia nesta luta em 47 novos passos informais e esperamos que seja uma operação binacional. Juntos podermos combater mais efetivamente o crime organizado”, acrescentou a ministra colombiana.

Em relação aos mais de mil colombianos deportados da Venezuela nos últimos dias, Holguín disse que expressou a Rodríguez a “preocupação” do governo do presidente Juan Manuel Santos que, segundo ela, demonstra um sentimento nacional.

O defensor público da Colômbia, Jorge Otalora, para viajar a San Antonio e acompanhar o processo de deportação.

“Acertamos uma reunião de defensores públicos da Colômbia e da Venezuela, para que possam trabalhar nesse mecanismo, nessa cooperação, para que haja um protocolo nas deportações”, explicou.

Holguín definiu o encontro em Cartagena como “muito positivo, muito franco, muito aberto”, entre “dois países que têm momentos difíceis, mas que devem conversar”. EFE

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