Combates pelo controle de Benghazi deixam 11 milicianos pró-governo mortos

  • Por Agencia EFE
  • 14/02/2015 10h09

Trípoli, 14 fev (EFE).- Pelo menos 11 homens das forças do general Khalifa Hafter, que apoia o governo internacionalmente reconhecido em Toubruk, morreram em combates travados neste sábado nos arredores de Benghazi.

Os enfrentamentos aconteceram nas localidades de Groth e Hawari, onde as unidades de Hafter entraram em confronto com as milícias islamitas “Maylis al Shura”, ligadas ao parlamento rebelde instalado em Trípoli.

Um porta-voz dessas milícias islamitas disse à Agência Efe que suas fileiras contabilizaram um levemente ferido e que seus homens conseguiram neutralizar duas bases de abastecimento de Hafter no eixo de Groth, a oeste de Benghazi.

As forças do general bombardearam ainda posições islamitas nos bairros de Boatni, Sabri al-Hawari e Rulrh, no centro de Benghazi, sem vítimas, acrescentou o porta-voz das milícias.

Combates acontecem em diferentes partes da Líbia apesar do reinício na terça-feira das negociações de paz no oásis de Ghadames com o apoio das Nações Unidas.

Desde então e até este sábado mais de cem pessoas morreram só na região de Benghazi, segunda cidade do país, sitiada pelas hostes simpáticas ao governo em Toubruk.

A cidade sofre com os combates desde que em maio Hafter, ex-oficial do exército do ditador Muammar Kadafi lançasse uma operação, com apoio de aviação e artilharia, para tentar debilitar a influência do parlamento rebelde de Trípoli.

Desde então Benghazi sofre com contínuos e progressivos cortes de luz e água, além de problemas de abastecimento de combustível, comida e outros produtos de primeira necessidade, além de supostos crimes de guerra.

A Líbia é vítima do caos e da guerra civil desde que em outubro de 2011 a Otan apoiou com bombardeios aéreos os rebeldes, contribuindo para derrubar o regime ditatorial de Muammar Kadafi.

Desde então, esta nação mediterrânea está dividida, com um governo rebelde em Trípoli e outro internacionalmente reconhecido em Toubruk, que lutam pelo controle da política e dos recursos naturais – especialmente o petróleo – apoiados por seguidores do antigo regime, milícias islamitas e nacionalistas, líderes tribais e senhores da guerra que traficam com armas, pessoas e drogas.

Na terça-feira, as facções em combate retomaram as negociações de paz, de forma indireta e secreta em Ghadames, sob a mediação do enviado especial da ONU para o conflito líbio, Bernardino León.

Em entrevista coletiva dada nesta cidade do deserto, o diplomata qualificou este novo contato de “positivo” e explicou que seu primeiro objetivo é fixar um mecanismo que permita frear os combates que há três semanas pararam o país, em particular na cidade de Benghazi.

As partes devem voltar a se reunir, agora de forma direta, no próximo dia 17, em um local ainda não determinado. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.