Começa julgamento no Egito de 213 pessoas acusadas de terrorismo

  • Por Agencia EFE
  • 05/03/2015 10h50

Cairo, 5 mar (EFE).- Um tribunal do Egito começou nesta quinta-feira a julgar 213 pessoas acusadas de pertencer ao grupo jihadista Ansar Beit al Maqdis, agora conhecido como Wilayat Sina, e de efetuar ataques terroristas que causaram dezenas de mortos no país.

A Corte Penal do Cairo realizou a primeira sessão do processo no Instituto de Suboficiais da Polícia entre grandes medidas de segurança, segundo informaram à Agência Efe fontes judiciais.

A organização Ansar Beit al Maqdis mudou em novembro do ano passado seu nome para Wilayat Sina (Província do Sinai), após jurar lealdade ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e convocar a população do Egito a se unir à jihad (guerra santa).

Os réus são acusados de ter cometido 54 crimes terroristas, entre eles a tentativa de assassinato do ministro egípcio do Interior, Mohammed Ibrahim, em setembro de 2013; e os atentados contra os gabinetes da Segurança do Cairo e da província de Daqahliya, em 2014 e 2013, respectivamente.

As ações deixaram 42 policiais e quinze civis mortos e feriram 349 pessoas.

Além disso, provocaram um prejuízo de cerca de 280 milhões de libras egípcias (US$ 36 milhões).

O grupo também planejou, segundo a procuradoria, ataques a navios que cruzam o Canal de Suez, especialmente dos Estados Unidos, e tentou impedir que as instituições do Estado desempenhassem suas funções.

Dos 213 réus, 143 estiveram presentes na sessão, enquanto o restante começou a ser julgados à revelia.

Segundo as investigações efetuadas pela Procuradoria Suprema da Segurança do Estado, os acusados receberam treinamento militar em acampamentos das Brigadas Ezaedin al Qasam, braço armado do movimento islamita palestino Hamas, que governa Gaza.

Além disso, o Ministério Público acusa o líder da Ansar Beit al Maqdis, Taufiq Mohammed Ziadah -o primeiro dos acusados-, de ter mantido contatos com a organização terrorista Al Qaeda.

Durante as investigações, 60 acusados admitiram que praticam uma ideologia extremista que considera infiéis as autoridades do país, e que por isso o regime deve ser derrubado pela força.

A Ansar Beit ao Maqdis, agora Wilayat Sina, e outros grupos radicais aumentaram seus ataques contra o exército e a polícia no Sinai e em outras zonas do Egito após a queda do presidente islamita Mohammed Mursi em 3 de julho de 2013. EFE

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