Comissão Europeia exige correção do problema com satélites do sistema Galileu

  • Por Agencia EFE
  • 25/08/2014 10h42
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Bruxelas, 25 ago (EFE).- A Comissão Europeia (CE) exigiu nesta segunda-feira explicações “plenas” da Arianespace e da Agência Espacial Europeia (ESA) pelos problemas no lançamento de dois satélites do futuro sistema europeu de posicionamento Galileu, e pediu um calendário e um plano de ação para corrigir a situação.

“Depois da falha na sexta-feira 22 de agosto da colocação dos satélites 5 e 6 de Galileu na órbita correta, a CE pediu à Arianespace e à ESA que proporcionem todos os detalhes do incidente, junto com um calendário e um plano de ação para corrigir o problema”, assinalou a CE em comunicado.

Segundo a informação inicial proporcionada pelo consórcio europeu responsável pelo lançamento e por colocar em órbita os satélites, Arianaspace, o problema aconteceu na “fase superior” do foguete Fregat encarregado da injeção dos satélites e como resultado os dois satélites não foram colocados na órbita correta, indicou o Executivo comunitário.

Concretamente, os dois satélites ficaram em uma órbita elíptica a cerca de 17 mil quilômetros de altura, ao invés da circular a 23.522 quilômetros desde onde se esperava que pudessem operar a partir do próximo outono.

A CE participa do comitê de investigação estabelecido para identificar as causas do problema, que deverá apresentar conclusões preliminares nas duas primeiras semanas de setembro e elaborar medidas corretivas na Arianespace a fim de evitar que se repitam este tipo de incidentes em futuros lançamentos.

A ESA informou à CE que seu centro de controle em Darmstadt (Alemanha) “tem os satélites sob controle”, apesar de eles não estarem na posição orbital pretendida.

A Comissão “trabalha em estreita colaboração com a ESA para maximizar as possibilidades de utilizar os dois satélites como parte da rede Galileu”, assinalou.

Além disso, a CE criou um grupo de trabalho interno para supervisionar a situação e para isso está em contato com a ESA e Arianespace, que terão que apresentar ao comissário europeu de Indústria e Empreendimento, Ferdinando Nelli Feroci, na primeira semana de setembro em Bruxelas os resultados de suas conclusões preliminares.

“O problema no lançamento de dois satélites Galileu é muito infeliz. A CE participará de uma investigação da ESA para compreender as causas do incidente e verificar até que ponto os dois satélites poderiam ser usados no programa Galileu”, afirmou o comissário europeu.

A constelação final deste sistema de navegação compreenderá 24 satélites que, segundo o calendário da ESA, teriam que estar prontos em 2017 e aos quais se somariam seis de reposição.

Isso implica que nos próximos meses quatro foguetes Soyuz tinham que lançar dois satélites cada um e, a partir de 2015, três foguetes Ariane-5 deveriam se encarregar de colocar em órbita quatro cada um.

O investimento total, que corre a cargo da Comissão Europeia, é de 13 bilhões de euros, um número ao qual se chegou após vários ajustes orçamentários em um projeto que prevê dotar o Velho Continente de um instrumento mais aperfeiçoado para uso civil que o GPS americano.

Graças a um posicionamento com uma precisão que ronda um metro (cinco para o GPS) e um sinal com menos zonas de sombra, Galileu espera abrir o caminho a novas aplicações profissionais de pagamento que abram a perspectiva a uma rentabilização do investimento, mais incerta com este novo incidente. EFE

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