Conselho de Segurança dá “apoio unânime” ao Iraque contra terrorismo

  • Por Agencia EFE
  • 12/06/2014 17h31

Nações Unidas, 12 jun (EFE).- O Conselho de Segurança da ONU deu nesta quinta-feira “apoio unânime” ao Iraque na luta contra o terrorismo e não discutiu uma hipotética intervenção no país, segundo disse o presidente do turno do organismo, o embaixador russo, Vitaly Churkin.

Os embaixadores dos 15 membros do Conselho discutiram hoje em reunião de emergência a grave crise no Iraque, onde os militantes jihadistas fizeram o controle de um pedaço do território e várias cidades. Após a reunião, Churkin apresentou à imprensa as principais conclusões. Nela, foi reforçada a importância que o governo de Bagdá, do primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki, promova o diálogo nacional a fim de atrair à minoria sunita e criar um frente unida contra os terroristas.

“Os membros do Conselho de Segurança estão unidos na atitude para à situação no Iraque e mostraram seu apoio unânime ao governo e ao povo do Iraque em sua luta contra o terrorismo”, destacou Churkin.

Perguntado sobre uma hipotética intervenção exterior em apoio do governo do Iraque, o embaixador russo garantiu que “essa questão não foi tratada”. Ele acrescentou que existe preocupação no Conselho sobre a ofensiva dos jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) se dever às disputas entre xiitas e sunitas no governo iraniano, tal como o refletiu o enviado especial da ONU ao país, Nickolay Mladenov, em sua exposição aos 15 embaixadores.

No entanto, Churkin disse que, conforme explicou Mladenov, “não há perigo imediato” que a violência se estenda a Bagdá, já que a capital “está bem protegida e o governo tem o controle”. O embaixador russo aproveitou para assinalar, pessoalmente, que esta reemergência dos extremistas ligados a Al Qaeda demonstra “claramente que a guerra contra o terrorismo não terminou”. Ele, cujo país defendeu o regime sírio na ONU, insistiu que muitos terroristas atualmente no Iraque “chegaram da Síria”, embora outros chegaram de diferentes lugares.

Sobre o aspecto político do conflito, reforçou que é preciso “um diálogo inclusivo” entre grupos religiosos e políticos, e que o novo parlamento oferece “uma oportunidade nova” para solucionar os problemas pendentes de governabilidade no país.

“O mais urgente é conseguir algum tipo de acordo entre as principais forças políticas para fazer mais fácil a luta contra os terroristas”, insistiu.

Churkin acrescentou que os membros do Conselho recalcaram que a luta contra o terrorismo extremista deve se emoldurar sempre dentro do ordenamento constitucional e o respeito aos direitos humanos. EFE

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